Atingidas por vendaval, famílias se unem contra o que "nunca viram"
Mutirão de pessoas da igreja, comunidade e prefeitura distribuem café da manhã e ajudam quem perdeu tudo na tempestade a tentar reconstruir suas casas com doações
A chuva deu trégua, mas o clima é de medo e apreensão entre os moradores de Bandeirantes – a 70 quilômetros da Capital – depois do temporal que afetou pelo menos 100 famílias. Nesta manhã, o sentimento que impera entre os moradores da cidade com pouco mais de 6 mil habitantes é de solidariedade.
Mutirão de pessoas da igreja, comunidade e prefeitura distribuem café da manhã e ajudam quem perdeu tudo na tempestade a tentar reconstruir suas casas com doações.
O prefeito Alvaro Urt decretou situação de emergência e está reunido com o secretariado para traçar ações emergências. Os bairros mais afetados foram a Cohab II e Silvino de Barros. Além disso, uma propriedade rural foi completamente destruída pelo temporal com ventos de até 100 quilômetros por hora.
A agente administrativa Telma Aparecida Vieira, 50 anos, detalhou que o temporal começou por volta das 12h de ontem e em 15 minutos deixou rastro de destruição. “Fiquei apavorada. Uma árvore caiu atingindo o padrão de energia da minha casa. Estou se energia até agora. Nunca tinha visto isso na minha vida”, descreve.
Já Ivanilda Salina, 32 anos, diz que está “traumatizada”. Ela conta que a chuva destelhou a casa que mora, derrubou muro e transformou a varanda em um “verdadeiro lixão”. “Me tranquei no banheiro e chorei até a chegada do meu marido. Só conseguimos organizar um pouco com a ajuda de outros moradores, que também doaram telhas e lona”, disse.
Escolas e fazenda – Além das casas, duas escolas estaduais foram destelhadas. Na escola Ernesto Solon Borges, as aulas foram suspensas na tarde de ontem e hoje. Segundo o diretor Afonso Celso, os reparos já foram providenciados e se ocorrerem conforme cronograma a previsão é de que a escola reabra na próxima terça-feira.
“No total foram oito saladas de aula destelhadas e a parte elétrica danificada. Em 20 anos que moro aqui nunca tinha visto algo assim”, afirma o diretor.
Outra escola afetada foi a João Ribeiro Guimarães. Nela, estudantes estavam dentro das salas de aula quando o temporal destelhou pelo menos duas salas de aula. Ninguém ficou ferido, pois as telhas quebradas acabaram contidas pela laje, diz o diretor Sérgio Gomes.
A situação foi ainda pior na fazenda Indaiá. Funcionários filmaram os estragos deixados pelo temporal e nas imagens é possível ver que o vento destruiu barracões e destelhou casa. Um dos trabalhadores que filma chega a dizer “que nunca tinha visto algo assim”.
Veja o vídeo: