Audiência discute imigração haitiana e exibe exemplos de solidariedade
Para ajudar, dona de casa já abrigou mais de 300 haitianos debaixo do próprio teto
O fluxo migratório de haitianos em Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul, foi discutido em audiência pública ontem (dia 3), que mostrou histórias de solidariedade – como a de uma dona de casa que já abrigou mais de 300 pessoas-, e discutiu soluções.
Segundo a procuradora Maria Olívia Pessoni Junqueira, a audiência terminou com uma série de propostas concretas, que já podem ser colocadas em prática.
“Houve algumas propostas de utilização de recursos oriundos de Termos de Ajustamento de Conduta, do Poder Judiciário, houve propostas de parceria entre universidades e o poder público para oferecer, por exemplo, um intérprete, para sanar a dificuldade linguística, propostas de inclusão do movimento negro e dos próprios haitianos no debate, a utilização eventual de recursos humanos das forças militares nos momentos de crise para atendimentos de saúde”, afirma Maria Olívia em entrevista à assessoria de imprensa do MPF (Ministério Público Federal).
A reunião acontece no auditório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), campus Pantanal, e contou representantes da Defensoria Pública da União, Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público Estadual, Polícia Federal, Receita Federal, UFMS, além dos poderes Executivo e Legislativo.
Dos moradores da cidade, vieram histórias de solidariedade. Como a da de uma dona de casa que, de março para cá, abrigou mais de 300 haitianos debaixo do próprio teto, contando apenas com algumas doações. Ou da dona de hotel que abrigou outras centenas, oferecendo teto e refeição, inviabilizando o próprio negócio.
