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Interior

Avião saiu de São Paulo e caiu em fazenda da viúva de Jorge Rafaat

Monomotor registrado em nome de piloto paranaense deveria pousar em Ponta Porã, mas caiu a 400 km de distância em linha reta

Helio de Freitas, de Dourados | 24/06/2020 17:55
Restos do monomotor com matrícula brasileira que caiu ontem no Chaco Paraguaio (Foto: Divulgação)
Restos do monomotor com matrícula brasileira que caiu ontem no Chaco Paraguaio (Foto: Divulgação)

O avião monomotor com matrícula brasileira PT-ZAH, que caiu na noite de ontem (23) na região do Chaco Paraguaio, decolou do Campo de Marte, em São Paulo, e tinha como destino a cidade de Ponta Porã (MS). Entretanto, a aeronave caiu a 400 km de distância em linha reta, na fazenda Karai Mbarete, perto da fronteira com Mato Grosso do Sul.

Localizada na zona rural da cidade de Bahía Negra, na margem do Rio Paraguai, a estância pertence a Ângela Maria Espinosa Toumani, viúva do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, executado a tiros de metralhadora calibre 50 em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero.

O capataz da fazenda, Rafael Ayala Rodríguez, disse que o avião explodiu no ar. A suspeita da polícia paraguaia é que o piloto pretendia pousar em uma pista localizada próxima dali. A pista é usada por pecuaristas da região, mas também por narcotraficantes.

Consulta feita à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) revela que o avião modelo RV-10 ano 2009 está registrado em nome de Remi David Cassini Neto, que também aparece como o atual operador da aeronave.

Cassini Neto é de Cascavel (PR). Em postagem feita à tarde em sua página no Facebook, Cassini Neto afirmou que está vivo e diz não saber o que o piloto fez com seu avião. “Estou Vivo! Estou sem entender também o que o cara fez com meu avião! Só sei que vi matéria dele morto e com meu avião em pedaços!”, afirmou na postagem.

Segundo o site Ponta Porã News, ontem após decolar no Campo de Marte, o avião abasteceu no aeroclube de Tatuí, no interior de São Paulo, por volta de 13h20 (horário de MS), mas o piloto no comando da aeronave teria se identificado como Waiss. Pelo rádio, ele teria relatado problema no avião, mas decolou após o abastecimento com destino à fronteira.

De acordo com a Comisaría da Polícia Nacional da Bahía Negra, o piloto do avião teve o corpo totalmente carbonizado na explosão. Até agora ele não foi identificado.

O primeiro levantamento feito no local não encontrou vestígios de carga, mas a polícia e o Ministério Público paraguaio suspeitam de ligação com o tráfico de drogas. O Chaco Paraguaio onde o avião caiu, perto do território entre os municípios de Porto Murtinho e Corumbá, ambos em MS, é rota em direção à Bolívia, conhecido produtor mundial de cocaína.

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