Câmara convoca sessão extraordinária para abrir CPI após prisões por corrupção
Prefeita Vanda Camilo segue em silêncio, com celular desligado desde a última sexta-feira (21)
Os vereadores de Sidrolândia, a 71 km de Campo Grande, convocaram uma sessão extraordinária para esta quinta-feira (27), às 19h, em meio ao recesso parlamentar para decidir se irão abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita Vanda Camilo (PP).
A iniciativa acontece após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrar a segunda fase da Operação Tromper na cidade, na última sexta-feira (21). Um grupo de parlamentares decidiu investigar se houve improbidade administrativa do Executivo e para isso precisam de oito votos.
Para o vereador Enelvo Felini Junior (PSDB), a expectativa é que todos participem e votem a favor da abertura para mostrar transparência da Casa de Leis.
“Queremos acompanhar as investigações. Se o Gaeco veio aqui na cidade, é porque tem coisa errada. Se os vereadores não se posicionarem e fiscalizarem, terão problemas. Estarão compactuando com a administração”, pontuou.
Um grupo formado por oito vereadores já confirmaram que vão votar a favor da abertura. Além de Felini, Izaqueu Diniz (Patri), Cleyton Martins (PSB), Ademir Gabardo (PSDB), Adavilton Brandão (MDB), Elieu Vaz (PSB), Cristina Fiuza (MDB) e Otacir Figueiredo (PP) já se mobilizaram pela abertura e estão convidando a população para participar da sessão.
Apenas três vereadores da base da prefeita Vanda aceitaram participar de uma reunião do Legislativo para tratar do assunto ontem (24). A reportagem tentou contato com a chefe do Executivo para se posicionar, mas o telefone celular segue desligado desde sexta-feira. O espaço segue aberto.
Operação Tromper - A ação investiga organização criminosa por fraudes em licitações, desvio de dinheiro público e pagamento de propina a agentes públicos.
O Gaeco identificou, por meio de quebra de sigilo bancário, que o servidor comissionado Tiago Basso da Silva recebeu em sua conta pessoal R$ 2 mil de uma das empresas envolvidas no esquema, a PC Mallmann (Rocamora). O servidor foi exonerado pela prefeita nesta segunda-feira (24).
Até 2020, ele atuou em cargo comissionado como chefe do setor de execuções e fiscalização e atestava as notas fiscais, uma delas identificada em licitação supostamente fraudulenta.
Conforme consulta ao Portal da Transparência, o servidor tinha remuneração de R$ 1.900. O advogado João Carlos Gomes entrou com pedido de habeas corpus para libertar Basso.
A segunda fase da operação também prendeu os empresários Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”, e Roberto da Conceição Valençuela. Roberto é sócio administrador da R & C Comércio, Serviços e Manutenção Ltda. A empresa tem como principal atividade o comércio varejista de ferragens e ferramentas. Além de 55 atividades secundárias.
Também foi decretada a prisão do empresário Ricardo Rocamora, que está foragido. "Tromper", verbo que dá nome à operação, traduz-se da língua francesa como enganar. A primeira etapa foi deflagrada no mês de maio.
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