Caminhoneiros retiram barracas e abandonam protestos na BR-163
Representantes de empresas de transporte e cooperativa queriam permanecer no Trevo da Bandeira, mas tiveram de deixar o local; PRF diz que estradas estão liberadas em MS
Mesmo ameaçados de multa de R$ 10 mil a cada hora de interdição de rodovias federais, líderes do protesto dos caminhoneiros pretendiam permanecem no Trevo da Bandeira, em Dourados, a 233 km de Campo Grande, mas até a tenda montada no local teve de ser retirada. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), havia dúvida se a liminar da Justiça concedida em março contra os bloqueios ainda estava em vigor e nesta tarde a AGU (Advocacia-Geral da União) confirmou que a decisão continua valendo.
Informados pela PRF sobre a liminar, os líderes do protesto iniciado hoje de manhã retiraram o acampamento montado no trevo. Tanto a BR-163, que corta a cidade com destino à região sul, quanto a BR-463, que liga Dourados a Ponta Porã, permaneceram com trânsito livre durante todo o dia.
Cópia da liminar foi entregue por policiais rodoviários federais aos organizadores, que tiveram de assinar o documento. Minutos antes, os manifestantes faziam um churrasco embaixo da tenda montada no Trevo da Bandeira, principal entrada da cidade de quem vem da região sul.
Há pouco a PRF divulgou em sua página no Facebook que a BR-163 está liberada, tanto no km 256 (Dourados) quanto no 466 (Campo Grande).
Protesto esfriou – O alerta da Polícia Rodoviária Federal sobre a multa, estipulada em decisão judicial concedida ainda no protesto de março, esfriou o movimento já no período da manhã. O protesto se dispersou na Capital, mas os organizadores prometiam manter a mobilização na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
“Os próprios caminhoneiros estão evitando pegar a estrada e decidiram permanecer em casa ou nos postos. Poucos iniciaram viagem e os que chegaram aqui nós pedimos e eles voltaram ou decidiram seguir até uma próxima parada”, afirmou nesta tarde ao Campo Grande News o empresário do ramo de transportes de Dourados, Evandro Cezar.
Antes da nova recomendação da AGU, ele afirmou que o grupo permaneceria no local até terça-feira, para quando foi agendada uma nova reunião com o governo federal. Além da tabela de frete mínimo, o movimento retoma a cobrança de redução do preço do óleo diesel.
Outro líder do movimento, o presidente da Copersul (Cooperativa de Apoio aos Transportadores Rodoviários de Mato Grosso do Sul), João Lopes, admitiu que o protesto dispersou, assim como ocorreu na Capital. Segundo ele, a liminar estipulando a multa desanimou os manifestantes.
Já o inspetor Ozanan Catelan Teixeira, chefe da PRF em Dourados, disse que o protesto ocorreu de forma tranquila, sem interdição da rodovia. No período da manhã os manifestantes chegaram a colocar cones para obrigar os caminhoneiros a diminuírem a velocidade e dessa forma poderem tentar convencê-los a suspender a viagem. Com o alerta da PRF, a manobra foi suspensa.