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Interior

Casa de câmbio na fronteira é alvo de operações contra “Cabeça Branca”

Quatro mandados de busca estão sendo cumpridos em Pedro Juan Caballero

Helio de Freitas, de Dourados | 03/02/2022 09:31


A cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, separada por uma rua de Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), também está na lista dos locais onde são cumpridos mandados de busca e de prisão contra integrantes da organização criminosa comandada pelo narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.

Agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) estão em quatro endereços da cidade, que junto com Ponta Porã, detém o título de sede do crime organizado na linha internacional.

Entre os locais vasculhados pelos policiais, está a Uniexpress Casa Cambiária, suspeita de ligação com o esquema internacional de lavagem de dinheiro oriundo do negócio das drogas.

Os mandados cumpridos no Paraguai fazem parte da Operação Fluxo Capital, uma das duas operações desencadeadas hoje (3) pela PF em 12 cidades brasileiras, entre elas, Campo Grande e Dourados, em Mato Grosso do Sul.

Essa operação tem como objetivo desmantelar a organização responsável pela lavagem do dinheiro por meio de movimentações milionárias, com a utilização de “laranjas”, empresas de fachada e contadores. O grupo tem relação também com diversas outras quadrilhas atuantes em território nacional.

Conforme a Senad, as investigações mostraram que o esquema envolvia empresas físicas e jurídicas que recebiam de forma permanente grandes quantidades de dinheiro mediante transações eletrônicas. Parte das remessas era feita de Pedro Juan Caballero.

Agentes da Senad em frente à casa de câmbio em Pedro Juan Caballero. (Foto: Divulgação)
Agentes da Senad em frente à casa de câmbio em Pedro Juan Caballero. (Foto: Divulgação)

Ainda de acordo com a agência antidrogas do Paraguai, as remessas oscilam entre 1,5 milhão e 2 milhões de dólares diariamente e de forma permanente.

O dinheiro era sacado imediatamente por pessoas físicas e jurídicas ligadas a familiares de “Cabeça Branca”. O saque ocorria em Ciudad del Este, cidade paraguaia ligada à Foz do Iguaçu (PR) pela Ponte da Amizade.

A Senad informou nesta quinta-feira que o esquema tinha vínculos diretos com a organização criminosa da família García Morínigo e com o doleiro César Duarte Servián, preso em 2020 na fronteira.

As buscas em Pedro Juan Caballero são acompanhadas pelos promotores Carlos Alcaraz, Lorena Ledesma, Ysaac Ferreira e Arnaldo Arguello. Conforme a Senad, equipamentos de informática e documentos apreendidos durante as buscas vinculam pelo menos três cidadãos paraguaios às remessas milionárias.

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