Chefe do tráfico preso no Brasil é levado para presídio de segurança máxima
Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, foi transferido em operação sigilosa nesta terça-feira
Em sigilo e sob forte esquema de segurança, o narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, foi transferido nesta terça-feira (27) para o presídio de segurança máxima de Minga Guazú, cidade paraguaia a 250 km da linha internacional com Mato Grosso do Sul.
Preso em fevereiro do ano passado em apartamento de luxo na praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro (RJ), “Tio Rico” é apontado como importante fornecedor de cocaína para a Europa e atuava inclusive na região de fronteira com MS, onde a organização mantinha empresas de fachada e forte ligação com políticos locais.
O irmão dele, o pastor evangélico José Alberto Insfrán Galeano, comandava um templo religioso em Curuguaty, a 80 km de Paranhos (MS), supostamente usado para lavagem de dinheiro. José Alberto também está preso.
Miguel Ángel também é suspeito de ser mandante do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio de 2022 na Colômbia.
Pecci foi morto por pistoleiros quando passava a lua de mel na Praia de Barú, em Cartagena das Índias. Na época, era um dos coordenadores da força-tarefa contra o crime organizado no Paraguai e havia liderado a Operação Ultranza PY, que desmantelou a organização liderada por “Tio Rico”.
Em maio deste ano, Miguel Galeano foi denunciado pelo Ministério Público do Paraguai por narcotráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Assinada pelo promotor Deny Yoon Pak, a denúncia de 712 páginas inclui 17 perícias de equipamentos eletrônicos e celulares, 1.600 documentos e depoimentos de 90 testemunhas. “Tio Rico” é considerado peça-chave no esquema de envio de grandes cargas de cocaína do Paraguai para países europeus, em sociedade com o uruguaio Sebastián Marset, que segue foragido.
Após ser extraditado do Brasil, Miguel Galeano ficou recolhido no presídio militar Viñas Cué, na capital Asunción. Ontem, por ordem da juíza Rosarito Montanía, foi levado para o presídio de Minga Guazú, na região de Ciudad Del Este.
Risco de resgate - Victor Manuel Benítez, vice-ministro de Política Criminal do Ministério da Justiça do Paraguai, confirmou que a transferência aérea até Ciudad Del Este e depois de carro até o presídio foi mantida em sigilo para evitar possível tentativa de resgate do traficante.
O presídio para onde o traficante foi levado tem capacidade para 1.237 presos e funciona em regime especial de segurança. Os internos permanecem por 22 horas trancados e têm direito a duas horas de “banho de sol”. Na semana passada, 40 bandidos ligados às facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Clã Rotela foram levados para a mesma unidade.
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