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Interior

Cimi se manifesta na ONU sobre escalada da violência contra indígenas em MS

Indígenas também pediram ajuda para os povos avá-guarani, no Paraná

Por Lucas Mamédio | 26/09/2024 17:08
Sede da Organização das Nações Unidas, em Genebra (Foto: Divulgação/ONU)
Sede da Organização das Nações Unidas, em Genebra (Foto: Divulgação/ONU)

Representantes indígenas, tanto de comunidades de Mato Grosso do Sul quanto de outros estados, estiveram na 57⁠ª reunião ordinária do Conselho de Direitos Humanos, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, para falar sobre as ações violentas contra indígenas nos últimos meses nos territórios contestados pelos povos avá-guarani, no Paraná, e guarani-kaiowá, em Mato Grosso do Sul. Os dois territórios estão em áreas em processo de identificação e delimitação.

O líder indígena sul-mato-grossense, Simão Guarani-Kaiowá, que também é uma das lideranças do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), está em Genebra desde a última terça-feira (24).

"Estou aqui na ONU trazendo várias demandas do povo guarani-kaiowá, trazendo aqui toda a denúncia que ocorre no nosso território , que vem nos matando, vem nos desvalorizando, torando nosso território, nosso direito", disse ele em vídeo gravado em frente ao prédio da ONU.

Da esquerda para a direita, Vilma Avá-Guarani, Erilza Pataxó e Simão Guarani-Kaiowá durante o primeiro dia de trabalhos na ONU, em Genebra (Foto: Renato Santana/Cimi)
Da esquerda para a direita, Vilma Avá-Guarani, Erilza Pataxó e Simão Guarani-Kaiowá durante o primeiro dia de trabalhos na ONU, em Genebra (Foto: Renato Santana/Cimi)

Na quarta-feira (18), Neri Guarani-Kaiowá, de 23 anos, foi morto com um tiro na cabeça, na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João, durante um processo de retomada na Fazenda Barra. As suspeitas são de que os autores dos disparos são policiais militares. Outros indígenas foram atingidos com balas de borracha e munição letal.

“Há décadas a vida dos avá-guarani e guarani-kaiowá, que formam o grande povo guarani, é pautada pela violência dos conflitos fundiários agravados pela falta de demarcação das terras indígenas”, disse o Cimi, na fala limitada a 90 segundos. A apresentação foi feita durante o painel anual sobre os direitos dos povos indígenas.

Na apresentação, as organizações presentes destacam que os grupos têm sofrido constantes ataques articulados por ruralistas e que grupos de extrema-direita iniciaram campanhas de ódio nas cidades, mobilizados pelas eleições municipais, em outubro.

Terra Indígena – O acordo prevê pagamento de R$ 146 milhões em indenizações aos fazendeiros, como forma de demarcar a Terra Indígena Ñande Ru Marangatu. A União arcará com o pagamento imediato dos R$ 27 milhões sobre as benfeitorias realizadas nos imóveis e outros R$ 102 milhões em precatórios, títulos pagos via judicial. Já o Governo do Estado deverá aportar R$ 16 milhões, totalizando os R$ 146 milhões do acordo.

Em cada propriedade houve avaliação individualizada, feita pela Funai em 2005, que agora serão corrigidas pela inflação e a taxa Selic. O valor será viabilizado por meio de crédito suplementar.

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