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Interior

Com apoio internacional, Paraguai inicia hoje megaoperação contra o narcotráfico

Mandados de busca e de prisões miram donos de cargas de cocaína enviadas para a Europa

Helio de Freitas, de Dourados | 22/02/2022 09:15


O Paraguai iniciou nesta terça-feira (22), uma megaoperação para desmantelar poderoso esquema de narcotráfico responsável em abastecer com cocaína os países europeus e africanos. A quadrilha era dona de bilionárias cargas de drogas apreendidas nos últimos dois anos em portos da Europa.

Coordenada em território paraguaio pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), a Operação Ultranza (extremo) conta com apoio do DEA – a agência antidrogas dos Estados Unidos – da Europol (polícia europeia) e da polícia uruguaia. O esquema de lavagem de dinheiro adotado para legalizar o lucro do tráfico também é alvo das buscas.

Ainda não há detalhes dos locais onde os mandados estão sendo cumpridos. A assessoria da Senad informou que o trabalho está concentrado nos departamentos Central (nos arredores da capital Asunción) e San Pedro.

Entretanto, fontes do Campo Grande News na fronteira relataram movimentação de equipes da Senad e da Polícia Federal brasileira em Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (a 400 km da Capital). A PF foi procurada, mas ainda não se manifestou.

Segundo a Senad, estão sendo cumpridos pelo menos cem mandados em diferentes locais do território paraguaio, sendo 30 de prisão e o restante de busca e de apreensão.

Ao menos 100 milhões de dólares em bens e patrimônio já foram confiscados. As apreensões incluem 13 aviões, depósitos, frota de caminhões, motos e carros esportivos, apartamentos e casas de alto padrão, nove fazendas, 6.000 cabeças de gado e até um complexo esportivo.

A operação de hoje é o desfecho de investigação iniciada no final de 2019 pela Senad em conjunto com o DEA (Drug Enforcement Administration) dos Estados Unidos, agências que conformam a Polícia da União Europeia com sede em Haia (Holanda) e Direção Geral de Repressão ao Tráfico de Drogas do Uruguai.

O amplo esquema criminoso envolve várias organizações atuantes na América do Sul, que se uniram para enviar grandes cargas de cocaína de navio para a Europa e África. Segundo a Senad, a organização foi responsável pela remessa de três grandes cargas de cocaína interceptadas entre junho de 2020 e outubro do ano passado.

No dia 18 de junho de 2020, no Porto de Antuérpia (Bélgica), foram encontrados 1.131 quilos de cocaína em sacos de farinha de soja. No mesmo porto, em 2 de abril do ano passado, foram apreendidos mais 10,9 toneladas de cocaína.

Outras 4,7 toneladas da droga foram apreendidas no dia 30 de outubro de 2021, no Porto de Rotterdam, na Holanda, mais uma vez em sacos de farinha de soja.

A organização também era dona de outras duas cargas apreendidas pela Senad antes de a cocaína ser despachada em contêineres que deixam os portos no Rio Paraguai.

Foram 1.344 quilos apreendidos no dia 24 de fevereiro do ano passado em uma fazenda no Chaco Paraguaio e 3.416 quilos interceptados no dia 27 de julho de 2021, na cidade de Fernando de la Mora.

Agentes da Senad em hangar onde foram apreendidos aviões da organização. (Foto: Divulgação)
Agentes da Senad em hangar onde foram apreendidos aviões da organização. (Foto: Divulgação)


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