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Interior

Com base em MS, operação da FAB intercepta 150 voos em 4 meses

Operação Ostium começou no dia 24 de março e segundo a FAB reduziu em 80% o tráfego aéreo desconhecido na fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 20/07/2017 11:49
Super Tucano da FAB decola do aeroporto de Dourados para abordar aeronave suspeita na fronteira (Foto: Helio de Freitas)
Super Tucano da FAB decola do aeroporto de Dourados para abordar aeronave suspeita na fronteira (Foto: Helio de Freitas)

Em quatro meses, a Operação Ostium, iniciada em março deste ano pela FAB (Força Aérea Brasileira), fez 150 interceptações de aeronaves suspeitas que sobrevoavam a fronteira brasileira. Em alguns casos, os aviões Super Tucanos usados na interceptação decolaram do aeroporto de Dourados, a 233 km de Campo Grande, onde a Ostium mantém uma base de operações.

Os números fazem parte do balanço referente ao período de 24 de março, quando a operação começou, até o início de julho. Os dados foram enviados ao Campo Grande News pela assessoria de comunicação da FAB, que avalia a Ostium como a maior operação de combate a ilícitos da sua história.

Segundo a FAB, a operação permitiu até o momento uma redução de 80% nos tráfegos aéreos desconhecidos na região de fronteira. Um desses casos ocorreu no final de maio, em data não informada pela Força Aérea.

Um avião monomotor que decolou da Bolívia e voava baixo ao entrar em espaço aéreo brasileiro, foi interceptado pelo Super Tucano que decolou do aeroporto de Dourados.

O piloto da FAB adotou os procedimentos previstos na Lei de Abate, mas não foi preciso derrubar a aeronave suspeita. O outro piloto seguiu as ordens e pousou em uma pista indicada. O avião estava com a documentação vencida e foi apreendido.

A FAB não revela detalhes, como datas e locais exatos das interceptações, nem informa quantos aviões abordados nesse período estavam sendo usados para o tráfico de drogas.

“Os números referentes às regiões e períodos de maior incidência de interceptações são reservados e compõem os estudos de inteligência da Operação Ostium. Com base nesses dados, os esforços de defesa aérea são intensificados e remanejados para garantir a efetividade da operação”, informou a assessoria.

Helicóptero da FAB usado na Operação Ostium (Foto: Helio de Freitas)
Helicóptero da FAB usado na Operação Ostium (Foto: Helio de Freitas)

Trabalho permanente – A Operação Ostium, que não tem previsão de quando será encerrada, é o reforço das ações realizadas corriqueiramente pela FAB, que faz a vigilância do espaço aéreo brasileiro 24 horas por dia através de uma rede de radares que cobre o continente e parte do Oceano Atlântico.

Para reforçar a cobertura, são utilizados ainda aviões-radar E-99, baseados em Anápolis (GO). As informações são reunidas em Brasília, no Comando de Operações Aeroespaciais, que pode, de acordo com a necessidade, acionar aeronaves de caça em qualquer parte do país.

A FAB conta com supersônicos F-5M baseados em Manaus (AM), Anápolis (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas (RS), além de turboélices A-29 Super Tucano em Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Natal (RN). Também tem helicópteros AH-2 Sabre, baseados em Porto Velho (RO) e H-60 Black Hawk, em Manaus e Santa Maria (RS).

Durante operações, como a Ostium e Ágata, essas aeronaves podem operar a partir de outras localidades, como ocorre atualmente em Dourados, onde os militares estão de prontidão para o acionamento, caso os radares identifiquem um tráfego aéreo desconhecido ou ilícito.

Ao soar a sirene, o piloto corre para a aeronave, já pronta e armada. Somente em voo, ele é informado dos detalhes da missão. O piloto passa, então, a seguir as orientações do Centro Integrado de Defesa Aérea.

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