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Interior

Com tropa de choque na porteira, sem-terra começam a deixar fazenda

Famílias desmontam acampamento e vão para uma área da fazenda Furna, na estrada “Cascalho de Angélica”, em Nova Andradina

Helio de Freitas, de Dourados | 03/12/2015 13:50
Viatura da Polícia Militar na porteira de acesso à fazenda que está sendo desocupada hoje (Foto: Márcio Rogério/Nova News)
Viatura da Polícia Militar na porteira de acesso à fazenda que está sendo desocupada hoje (Foto: Márcio Rogério/Nova News)
Deputado João Grandão acompanhou negociação com sem-terra (Foto: Márcio Rogério/Nova News)
Deputado João Grandão acompanhou negociação com sem-terra (Foto: Márcio Rogério/Nova News)

Após conversa com o oficial de Justiça e com homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, os trabalhadores sem-terra ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) começaram na manhã desta quinta-feira (3) a desocupar a Fazenda Saco do Céu, no município de Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande. O deputado estadual João Grandão (PT) acompanhou a negociação.

A reintegração de posse da área de 5.800 hectares foi determinada no dia 10 de outubro pelo juiz da 2ª Vara Cível da comarca, Robson Celeste Candelorio, a pedido da proprietária da fazenda, Anely Conceição Liguori. A propriedade, localizada no distrito de Casa Verde, tinha sido ocupada em agosto deste ano. Pelo menos 150 homens da tropa de choque em Campo Grande foram mobilizados para acompanhar o despejo.

Dinho Lopes, um dos líderes do acampamento, disse ao Campo Grande News que as cerca de 350 famílias que permaneciam na área estão desmontando os barracos e vão se instalar provisoriamente em outro acampamento, próximo à Estrada do Cascalho de Angélica, em uma área da Fazenda Furna, também em Casa Verde. O transporte das famílias será feito em um caminhão disponibilizado pela administração da fazenda que está sendo desocupada.

O líder do MST disse que as negociações continuam para que as famílias possam colher produtos agrícolas e hortifrúti plantados na área ocupada. “Aqui tem de tudo um pouco, tem milho, tem feijão, tem quiabo, batata, mandioca, melancia. As famílias pedem apenas para colher suas lavouras”.

Os trabalhadores sem-terra cobram providências do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a aquisição de terras para a instalação de famílias na região de Casa Verde, onde já existem outros assentamentos rurais.

Sem-terra ligados ao MST que desde agosto ocupavam Fazenda Saco do Céu (Foto: Márcio Rogério/Nova News)
Sem-terra ligados ao MST que desde agosto ocupavam Fazenda Saco do Céu (Foto: Márcio Rogério/Nova News)
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