Coordenador da Funai continua refém em aldeia por querer trocar chefe de posto
Índios só liberam Edson Fagundes se a substituição for por um dos candidatos da aldeia
O coordenador regional da Funai/MS (Fundação Nacional do Índio), Edson Fagundes, continua refém dos índios na aldeia Buriti, em Sidrolândia, município distante 71 quilômetros da Capital. Segundo informações, Edson ficou refém por querer trocar o coordenador das aldeias em Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, Samuel Dias, para colocar um parente.
Os índios da etnia terena não aceitam a troca e pedem a permanência do chefe do posto da reserva atual ou a substituição pelo professor Maioque da aldeia Tereré ou Argeu Reginaldo, da aldeia Água Azul.
Esta é a segunda represália feita pelos índios para a substituição de Samuel Dias. Em março no ano passado dois funcionários da Funai também foram feitos reféns, porque os índios da reserva queriam que Argeu Reginaldo assumisse a coordenação. Os índios só liberaram os dois homens depois de uma negociação com a diretoria do órgão.
Equipes da Funai e da Polícia Federal estão em deslocamento para a aldeia. Os índios afirmam que só soltam Edson Fagundes se a substituição for por um dos candidatos da aldeia.
O coordenador regional é mantido como refém desde ontem (9). Segundo o coordenador interino do órgão, Anderson Benites, Edson Fagundes foi até o município de Dois Irmãos do Buriti para uma reunião e teria ido até a aldeia.
De acordo com a Funai, a população na aldeia é de mais de 3 mil índios.
Em maio do ano passado, cerca de 100 indígenas da Aldeia Buriti fizeram o prefeito de Dois Irmãos do Buriti, Wlademir Volk, e mais 50 servidores reféns. Na ocasião, os terenas reclamaram que tiveram a promessa de repasse de recursos por parte da prefeitura, fato que acabou não acontecendo e motivando o protesto.