"Dava a vida pelo que fazia", diz prefeito sobre motorista morto em acidente
Juarez de Deus Alves trabalhou na Saúde da cidade de Nova Alvorada do Sul por 18 anos
"Agradeço a presença de todos nessa homenagem ao Juarez, um grande amigo que tivemos e que sempre estava disposto. Ele dava a vida pelo que estava fazendo". Essa frase foi o pouco que pode ser dito, devido tamanha a emoção que envolveu a todos na despedida do motorista Juarez de Deus Alves, morto em acidente na sexta-feira (9).
Juarez foi por 18 anos motorista da pasta de saúde de Nova Alvorada do Sul - cidade localizada a 120 km de Campo Grande - e faleceu após a ambulância que conduzia colidir em um caminhão na rodovia BR-163, perto da Capital.
Como o motorista é de Fátima do Sul, ele será enterrado lá. Contudo, foi realizado um cortejo pela cidade seguido de uma homenagem em frente ao hospital municipal, com várias falas, entre elas a do prefeito José Paulo Paleari, citada no início do texto.
Mesmo que por um curto período, quem também se pronunciou emocionadamente foi a diretora do hospital, Aline Mesquita, de 42 anos. Antes, ela também já tinha feito comentários sobre Juarez à reportagem do Campo Grande News.
"Era um companheiro para todas as horas. Estava sempre disponível, disposto, alegre. Uma pessoa incrível", relembra a diretora, que durante a conversa chegou a chorar. "Ele era muito preocupado com as vidas, pedia sempre que a equipe se apressasse quando tinha que transportar algum paciente", completou.
Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Nova Alvorada do Sul, pelo menos 150 veículos participaram do cortejo e cerca de 200 pessoas acompanharam a homenagem à Juarez - evento que também contou com orações e mensagens bíblicas.
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Mais vítimas- O acidente ocorreu por volta das 15h, no distrito campo-grandense de Anhanduí. Após a batida, a carreta, do tipo graneleira, pegou fogo. Osmar Pinz Nornberg, de 53 anos, passou pelo teste do bafômetro, aplicado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), que deu negativo para o consumo de álcool.
Além de Juarez, também morreu a paciente Lúcia de Azevedo, que vinha em estado grave para Campo Grande para tratar um câncer terminal. Ela será velada e enterrada em Vila São Pedro, distrito de Dourados - localizado a 228 km da Capital.
Três sobreviventes do acidente entre caminhão e ambulância estão estáveis na Santa Casa de Campo Grande. O caso mais grave é de Gilza Soares, de 53 anos, irmã de Lúcia. Ela ficou presa às ferragens após a colisão. A paciente está internada na área vermelha e aguarda exames para avaliação.
Já o enfermeiro Judevan Martins da Silva, de 30, passou por cirurgia plástica esta manhã devido ferimentos na região cervical direita de aproximadamente 15 cm, na pálpebra superior direita e na região nasal. Segundo a Santa Casa ele está consciente, orientado, comunicativo e com respiração espontânea.
O médico da equipe, que também sobreviveu, Ricardo Sampaio Martins Ametlla, de 32 anos, ficou internado na área verde do hospital, consciente e aguardando avaliação da ortopedia para ser liberado, o que ocorreu ainda esta manhã.