Dois são presos em MS em ação contra consórcio que levava droga para o Sul
Prisões ocorreram em Ponta Porã; pelo menos R$ 30 milhões foram apreendidos em 4 estados
Dois homens, identificados como Ramão Cesar Salabarrieto Palermo e Robson Valensuela, foram presos nesta terça-feira (21) em Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, no âmbito da Operação Cartage. Deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a ação mira organização criminosa que mandava maconha da fronteira de MS com o Paraguai para estados do Sul do Brasil através do chamado “consórcio da droga”.
Junto com a cidade-gêmea Pedro Juan Caballero (Paraguai), Ponta Porã é a principal base de facções que operam na linha internacional para controlar o tráfico de drogas e de armas. Segundo fontes policiais, Ramão e Robson são o elo da organização na fronteira, responsáveis em comprar e despachar a droga.
Além de Ponta Porã, a operação cumpre hoje 28 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão no Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A Justiça ainda determinou outras 15 medidas cautelares, como monitoramento eletrônico dos investigados, sequestro de 21 imóveis e 39 veículos e bloqueio de contas bancárias de 51 pessoas físicas e jurídicas.
Segundo o delegado da Polícia Federal Israel Castilho, responsável pela operação, pelo menos R$ 30 milhões em bens móveis e imóveis e dinheiro foram apreendidos hoje. Entre as apreensões estão carros de luxo (entre eles um Porsche e um Volvo), relógios de alto valor, armas de grosso calibre e até um taco de beisebol enrolado com arame farpado, ao estilo do bastão usado pelo personagem “Negan”, da série norte-americana The Walking Dead”.
Segundo a PF, as investigações, conduzidas pela delegacia de Florianópolis (SC), foram iniciadas em 2021, a partir da apreensão de 24 toneladas de maconha. Em dois anos de trabalho integrado entre as forças de segurança, oito pessoas foram presas e 100 toneladas de maconha apreendidas.
A droga ingressava no Brasil pela fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã e depois era levada a região da Grande Florianópolis, onde era armazenada e distribuída. Os investigados respondem por tráfico transnacional de drogas, organização criminosa, tráfico de armas e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão.
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