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Interior

Dona de creche que dopou e agrediu crianças é indiciada

Caroline Florenciano dos Reis Rech, 30 anos, teve a prisão preventiva decretada dia 11 de julho deste ano

Ana Paula Chuva | 20/07/2023 13:57
Dona de creche que dopou e agrediu crianças é indiciada
Caroline foi presa em flagrante no dia 10 de julho por maus-tratos e tortura (Foto: Reprodução | Facebook)

Presa após denúncia de maus-tratos, Caroline Florenciano dos Reis Rech, 30 anos, dona da creche clandestina “Tia Carol”, foi indiciada pela Polícia Civil. A mulher foi pega em flagrante dopando e agredindo crianças no dia 10 de julho por equipe da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) Naviraí, cidade a 359 quilômetros de Campo Grande.

Caroline foi indiciada por maus-tratos, tortura e exposição da vida ou saúde a perigo iminente. A funcionária Mariana de Araújo Correia, 26 anos, pagou fiança de R$ 1.320 e foi solta, mas vai responder por omissão e pela administração de medicamentos com efeito colateral de sonolência.

O inquérito foi concluído na quarta-feira (19), nove dias após as mulheres serem flagradas cometendo os crimes. A investigação concluiu que o local, apesar de ser conhecido como creche, era apenas a casa da mulher que prestava serviços de cuidados a crianças, sem fins educacionais, e operava sem alvará de funcionamento.

Os elementos coletados ao longo da investigação mostraram que Caroline agrediu física e psicologicamente de maneira explícita ao menos 20 crianças de 0 a 7 anos “convicta da impunidade de cometer os atos ilícitos há meses, sem que nenhuma ação fosse tomada. Estava convicta nas dissimulações que fazia com os pais das vítimas e segura de que não seria descoberta porque boa parte das crianças sequer conseguia falar, já que eram bebês”, diz nota da Polícia Civil.

Dona de creche que dopou e agrediu crianças é indiciada
Frasco de medicamento que era usado nas crianças (Foto: Divulgação | PCMS)

Entre as agressões cometidas estavam puxões de cabelo, beliscões, tapas no rosto, pescoço, escopo que era usado como desculpa para “castigar e disciplinar” as crianças, mas eram repassadas como acidentes domésticos aos pais, como se as vítimas tivessem caído e se machucado.

Em um dos casos, Caroline teria esfregado uma calcinha suja de fezes no rosto de uma menina de 6 anos, portadora do espectro autista. A medida teria sido usada como forma de punição porque a vítima teria feito cocô na calcinha e então precisava ser “doutrinada”.

Uma outra criança, de 3 anos, vomitou em uma das refeições e teve o rosto esfregado no prato por Caroline. Os relatos ainda dão conta de situações vexatórias com rodas para xingamentos e vítimas colocadas ajoelhadas no milho até sangrar.

Para a DAM, os depoimentos confirmaram as informações e levaram à conclusão de que as violações eram sistêmicas, contínuas e extremamente graves, a ponto de colocar em risco a vida das crianças há pelo menos seis meses, tempo que a creche clandestina esteve em funcionamento. O local funcionava no Bairro Sol Nascente e o valor médio por criança era de R$ 280.

Foram apresentadas filmagens feitas por mães das vítimas, em que as crianças apresentavam sonolência induzida, confirmada por laudo que foi causada por uso de medicamento contra indicado para menores de 2 anos e indicado para enjoos, vômitos e tonturas.

Apesar do indiciamento das mulheres, as investigações continuam para identificar outras crianças que também foram vítimas na creche.

Dona de creche que dopou e agrediu crianças é indiciada
Espaço na casa onde as crianças ficavam sob os cuidados de Caroline (Foto: Divulgação | PCMS)

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