Em dia de greve, escola amanhece lacrada com correntes e cadeados
As quatro escolas estaduais de Mundo Novo, a 476 km de Campo Grande, amanheceram lacradas com correntes e cadeados nesta quarta-feira (27). O governo suspeita que a medida tenha sido tomada pelo sindicato dos trabalhadores da educação do município, tendo em vista que 40% dos profissionais são contrários à greve que começou hoje.
Conforme o supervisor de gestão escolar local, Walmir Nunes de Souza, diretores dos estabelecimentos de ensino Marechal Rondon e Professora Iolanda Ally tiveram que arrombar os portões para conseguir entrar, pois nesses locais a maioria optou em ministrar as aulas normalmente.
“Em uma dessas escolas, o diretor chegou às 5h30 e o cadeado já estava lá. Ele mesmo estourou, fez reunião com os professores e chamou o sindicato. Apenas dois opinaram pela paralisação, mas diante da maioria, decidiram pelas aulas”, relata.
A greve em Mundo Novo afeta as escolas Castelo Branco e Professora Teresinha dos Santos Mendonça. Elas, inclusive, ainda estão lacradas. “Não dá para entender, parece que foi durante a madrugada. Deve ter sido o sindicato, porque estão fazendo pressão em cima dos professores”, calcula o supervisor.
Silmara Cristina Batista da Silva, responsável pela escola Maria Terezinha dos Santos Mendonça, consultou a Secretaria Estadual de Educação para saber se deveria ou não arrombar o local para entrar.
Ela é a única a resistir ao movimento no estabelecimento. “Sou imparcial”, diz. Silmara fotografou a situação. Além dos lacres, uma faixa com os dizeres “estamos em greve” foi pregada na fachada do lugar.
O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli, diz estar surpreso com a notícia a respeito das escolas trancadas e afirma que a orientação repassada aos municípios é para respeitar a vontade dos colegas que desejam dar aulas.
Em Mundo Novo, segundo ele, apenas 60% da categoria aderiu ao movimento pela integralização do piso salarial até 2018 e equiparação da data base dos servidores administrativos da educação com o magistério. “Não vamos aceitar coação do governo e tampouco queremos ações nesse sentido, porque depois fica um clima complicado entre os próprios profissionais”, pontua.