Equipes controlam chamas que ameaçavam Parque Nacional
Ainda assim, o incêndio no Banhado do Rio da Prata continua entre Jardim e Bonito pelo 4° dia
Após horas de trabalho intenso, as equipes que combatem ao incêndio na região do Banhado do Rio da Prata conseguiram conter as chamas que avançavam em direção ao Parque Nacional da Serra de Bodoquena. Com ajuda retroescavadeiras, valetas foram abertas para frear o fogo, enquanto militares, brigadistas e voluntários atuavam na linha de frente.
Cerca de setenta pessoas entre militares do Corpo de Bombeiros, brigadistas do Parque Nacional e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e funcionários das fazendas da região atuam no combate ao incêndio que devasta o Banhado desde quarta-feira, dia 7 de julho.
Duas aeronaves e caminhões pipa somam nos esforços de impedir o avanço do fogo. Na noite de ontem, as equipes conseguiram controlar as chamas que iam em direção ao Parque Nacional da Serra de Bodoquena. A propagação do incêndio para o parque era uma das grandes preocupações das equipes, devido ameaça a biodiversidade local.
Durante todo o resto da noite e também nesta manhã, o combate segue no Banhado, áreas alegadas de extrema importância para a manutenção da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata que fica entre Bonito e Jardim.
Fazendas dos dois municípios são usadas como ponto de apoio as equipes: a Figueira, em Jardim e a Arco-íris em Jardim. Os próprios donos e funcionários das propriedades auxiliam no combate as chamas. As prefeituras das duas cidades também acompanham os trabalham e garantem alimentação para as equipes.
As imagens gravadas na região, é possível ver a vegetação seca, que hoje serve de combustível para o fogo. Segundo Ana Cristina Trevelin, secretária Municipal de Meio Ambiente e Coordenadora da Defesa Civil de Bonito, a situação se agravou a partir das geadas que houveram há cerca de 15 dias na região. "Tivemos de 3 a 4 dias de geada seguida nos municípios de Jardim e Bonito. Algo que não é visto em mais de 40 anos de acompanhamento. Essa ação climática secou totalmente as matas, lavouras e áreas de pastagem de uma maneira que nunca vimos, transformando tudo em combustível", completa.
Conforme último levantamento feito pela equipe da Fundação Neotrópica, o fogo já destruiu 2.700 hectares e atingiu os dois lados do Banhado.