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Interior

Estado de menina picada por escorpião é crítico e próximas horas serão decisivas

Médico informou que o coração de Maria Fernanda Britto, de três anos, bate com 20% da capacidade total

Por Alison Silva | 28/09/2023 16:56
Maria Fernanda Britto da Silva internada (Foto: Ribas Ordinário)
Maria Fernanda Britto da Silva internada (Foto: Ribas Ordinário)

A situação clínica de Maria Fernanda Britto da Silva, de três anos, picada por um escorpião na última segunda-feira (25), é crítica e médicos destacam que as próximas horas serão cruciais para a recuperação da criança. Picada pelo animal por volta das 2h enquanto dormia, Maria Fernanda foi levada ao Hospital Municipal Dr. José Maria Marques Domingues, em Ribas do Rio Pardo, município distante 97 km de Campo Grande, onde tomou soro e foi transferida para Campo Grande. Segue internada no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a última análise clínica, as próximas 24 horas serão determinantes para a recuperação. O Campo Grande News recebeu mensagem encaminhada por Whatsapp em que um médico diz que o coração de Maria Fernanda está com batimentos em cerca de 20% da capacidade total. A reportagem confirmou com a família a veracidade da mensagem.

“Ela já tomou as doses máximas do soro (antiescorpiônico), seis ampolas. Temos uma situação bem difícil que é essa ausência de resposta, caso ela apresente alguma parada cardíaca, não volta porque a chance de reanimação é muito pequena”, diz um dos trechos do áudio.

Por redes sociais, familiares pedem oração por Maria Fernanda. “Peço a todos encarecidamente que nos ajudem em uma corrente de orações para a pequena Maria, teve várias picadas de escorpião, está em estado grave em Campo Grande. Que Deus dê esse livramento para esse anjinho”, diz a mensagem.

Esse foi o terceiro ataque de escorpião em Ribas do Rio Pardo no final de semana. As outras vítimas foram dois adultos, um homem de 46 anos e uma mulher. Ambos foram medicados e passam bem. No mês passado, Pyetro Gabriel Arguelho, de 5 anos, morreu dias depois de ter sido picado por um escorpião amarelo em Ribas do Rio Pardo.

Números -  Com 3.012 casos entre janeiro e o último dia 26 de setembro, Mato Grosso do Sul registra média de 335 notificações mensais de acidentes com escorpiões em 2023. No último domingo (24), uma menina de 6 anos morreu após ser picada por um escorpião e ficar internada em estado grave. Moradora do município de Brasilândia foi transferida no sábado (23) para o Hospital Regional de Três Lagoas, distante 327 quilômetros de Campo Grande.

Conforme o Ciatox (Centro De Informações E Assistência Toxicológica) vinculado à Coordenadoria Estadual de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Campo Grande registrou o maior número de vítimas de escorpiões até o momento, com 787 acidentes. Além da Capital, os municípios de Três Lagoas (431), Paranaíba (189), Corumbá (133), Dourados (110), Brasilândia (106) e Cassilândia (104) ultrapassaram os 100 casos.

Segundo o médico e responsável clínico do Ciatox, Alexandre Moretti de Lima, crianças e idosos compõem o principal grupo de risco de acidentes por escorpiões, visto que os casos tendem a evoluir com maior facilidade.

“Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessária a utilização de soro escorpiônico”, destacou em nota.

Diferente da SES, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) destacou que foram notificados 548 acidentes com escorpiões em Campo Grande no mesmo período. A pasta considerou os números expressivos, entretanto menores do que os registros do ano passado. “Em 2022, foram 1.183 acidentes envolvendo escorpiões na Capital, números deste ano são expressivos, mas são menores do que os registrados ano passado”, disse a secretaria.

A prefeitura destacou que os acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. “O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, pois o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos", finalizou.

Os escorpiões que habitam o meio urbano se alimentam de baratas e podem ser encontrados em áreas com acúmulo de lixo.

De acordo com o Ministério da Saúde, o calor e as chuvas provocam maior atividade dos escorpiões, fator que pode aumentar o número de acidentes. A maioria dos casos tem evolução benigna. Casos graves e óbitos são mais frequentes em crianças menores de 10 anos, principalmente quando causados pela espécie Tityus serrulatus, popularmente conhecida como escorpião amarelo.

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