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Interior

Fechada em 2013, exportadora de carga recorde de cocaína reabriu na pandemia

Empresa estava inativa desde 2013 e voltou a funcionar em plena crise mundial

Helio de Freitas, de Dourados | 20/10/2020 11:33
Sacos de carvão retirados de container em porto no Paraguai (Foto: Jornal Hoy)
Sacos de carvão retirados de container em porto no Paraguai (Foto: Jornal Hoy)

A empresa de exportação responsável pela carga de carvão vegetal que escondia pelo menos 2.300 quilos de cocaína passou sete anos inativa e foi reativada em 2020, em plena crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus.

O destino final do carvão era Israel, mas a carga passaria por um porto da Bélgica, onde suspeita-se que a cocaína seria descarregada. É a maior apreensão de cocaína da história do Paraguai.

A droga foi descoberta na noite de ontem (19) em um container da empresa Impulso no porto de Villeta, cidade paraguaia na margem do Rio Paraguai, a 250 km do território sul-mato-grossense. Outros cinco containers da mesma empresa estão sendo descarregados nesta terça-feira.

O coordenador administrativo de investigação aduaneira, Nelson Báez, informou hoje ao jornal ABC Color que o advogado Cristhian Turrini, preso ontem por suspeita de ligação com o tráfico, tentava acelerar o embarque dos containers. Segundo Báez, outra carga semelhante tinha sido enviada recentemente pela mesma empresa.

Turrini foi diretor da TV Pública do Paraguai no governo de Federico Franco (2012-2013). Em áudios divulgados hoje pela imprensa paraguaia e gravados recentemente, o advogado reclama da demora no embarque dos containers e nega presença de droga.

A carga deveria ter saído sexta-feira (16) do porto de Villeta, mas a investigação já estava em curso, por isso houve atraso proposital para permitir a apreensão.

Trazida da Bolívia, possivelmente em aviões, a cocaína foi achada com auxílio de cães farejadores. Cada saco de carvão tinha quatro pacotes de cocaína.

Veja o vídeo:

A carga recorde de cocaína foi descoberta pela investigação iniciada há pelo menos cinco meses, depois de grande quantidade da droga ser apreendida também em sacos de carvão, em um porto da Bélgica. Com a colaboração de policiais belgas, os agentes antinarcóticos da Polícia Nacional passaram a investigar a empresa de exportação.

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