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Interior

Guarda é primeira categoria a protestar contra escalonamento de salário

Também contra projeto que altera plano de cargos e salários de servidores da prefeitura, guardas paralisam atividades na terça-feira; audiência pública hoje na Câmara discute mudanças

Helio de Freitas, de Dourados | 06/10/2017 14:20
Servidores lotam Câmara para audiência sobre alteração do plano de cargos da prefeitura (Foto: Divulgação)
Servidores lotam Câmara para audiência sobre alteração do plano de cargos da prefeitura (Foto: Divulgação)

Na terça-feira (10), às 7h30, guardas municipais de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, vão paralisar as atividades em protesto contra a prefeitura. Segundo comunicado divulgado pelo sindicato da categoria, os guardas, fardados, vão permanecer no quartel da Guarda, na Rua Joaquim Teixeira Alves.

Conforme o comunicado do sindicato, o protesto é contra a instabilidade do PCCR (o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações), contra o escalonamento dos salários, contra a falta de reajuste salarial neste ano, em função da interrupção da progressão funcional dos guardas e por falta de investimentos e condições de trabalho na corporação.

Os guardas municipais são os primeiros servidores a anunciar paralisação em protesto contra o projeto enviado pela prefeitura há uma semana à Câmara de Vereadores, para alterar benefícios aprovados no ano passado e que aumentaram o custo da folha e contra o escalonamento dos salários.

Nesta sexta (6), a prefeitura pagou o salário de servidores que recebem até R$ 4.200. Apesar de 90% dos 7.196 servidores do município terem recebido no quinto dia útil do mês, 823 que ganham acima desse valor só devem receber no dia 20 deste mês. Segundo a prefeitura, o escalonamento foi adotado devido às dificuldades financeiras pelas quais o município passa, com aumento de despesas e estagnação da receita.

O ponto mais polêmico, no entanto, é a alteração do PCCR, aprovado no ano passado e que entrou em vigor em janeiro deste ano. Na tarde desta sexta ocorre uma audiência pública na Câmara de Vereadores, para discutir as mudanças.

Segundo a prefeitura, as mudanças propostas vão garantir igualdade de direitos para todas as categorias do funcionalismo. A equipe da prefeita Délia Razuk contesta a alegação de que as mudanças retiram direitos e vantagens dos servidores.

“Servidores administrativos, contratados por concurso para funções de nível fundamental se apressaram em realizar cursos de graduação, em tempo recorde, e atualmente acumulam vantagens permitidas pelo PCCR de até 25% sobre os vencimentos. Pela proposta atual, as atualizações poderão chegar a 15%, em todos os níveis, ao contrário da versão anterior”, explica a prefeitura.

O município cita o caso de uma merendeira que apresentou certificação de pós-graduação na área de estética e cosmetologia para ter direito aos 25% de acréscimo no salário.

Disputa política – A vereadora Daniela Hall (PSD), presidente do Legislativo, pediu hoje que a prefeitura retire da Câmara o projeto que altera o PCCR dos servidores. “Uma proposta com esse peso só deveria chegar à Câmara após amplamente discutida com os servidores. Ainda existem muitos questionamentos, como a possível retirada de direitos dos servidores”, afirmou.

Segundo ela, se a prefeitura retirar o projeto, haverá tempo maior para dialogar com a categoria. A primeira votação está prevista para a sessão de segunda-feira (9).

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