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Interior

Guerra declarada entre caciques termina em tentativa de homicídio na Lalima

Duas lideranças afirmam representar comunidade que está dividida politicamente

Por Gabriela Couto | 30/10/2023 14:37
Guerra declarada entre caciques termina em tentativa de homicídio na Lalima
Mulher com pedaços de paus, momentos antes das agressões entre os grupos de lideranças opostas (Foto: Reprodução)

Indígenas da Aldeia Lalima, em Miranda, a 201 km de Campo Grande, estão em confronto desde o início deste ano por questões políticas. Mas, na última semana, grupos de lados opostos chegaram a se agredir fisicamente por não concordarem com decisões das duas lideranças que se dizem caciques eleitos.

O caso já chegou ao conhecimento da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) que acionou os órgãos federais para acompanhar a situação. Mas, até o momento, apenas a Polícia Federal respondeu ao chamado, enviando um questionário para definir como irá agir.

O cacique João Batista afirmou que foi eleito para o cargo com mandato até 2025. “Esse grupo que surgiu desde maio deste ano vem querendo me destituir de forma errônea através de imposição de opiniões diante da comunidade sempre com o objetivo denegrir minha imagem, querer atacar minha família e todos que me apoiam”, afirmou.

Guerra declarada entre caciques termina em tentativa de homicídio na Lalima
Braço de indígena com cortes profundos ocasionado por facão durante a briga dos grupos (Foto: Cacique João Batista)

Ele alega que o outro indígena que também se intitula cacique, Gilson Pinheiro Gomes, está impondo ações sem consulta prévia da comunidade.

“Eu como cacique sempre me esquivei de seu grupo para não haver embate, confronto físico, mas chegou o momento que eu não esperava que não acontecesse. O grupo fez um portão em um lugar onde não era preciso dentro da comunidade e por alguns moradores não aceitarem, foram tirar satisfação onde houve o confronto e gerou violência. O grupo do cidadão alega que foi a mando meu, mas nem na aldeia eu estava”, justificou João.

Os indígenas pedem a intervenção da PF para a situação. O caso será rediscutido nesta segunda-feira (30). De acordo com o outro cacique Gilson, os boletins de ocorrência das agressões a mulheres do grupo dele serão feitas na Polícia Civil.

“O regimento do território indígena prevê que se a comunidade está insatisfeita, podemos trocar. Eu fui eleito no dia 23 de maio e o João Batista não quis participar porque ele alega que tem mandato para cumprir e até rasgou nossa ata. Se a Funai não tomar posicionamento, vai acontecer uma morte. O cacique declarou guerra comigo. Eles querem confusão, por isso queremos expulsar ele de lá”, concluiu Gilson.

Guerra declarada entre caciques termina em tentativa de homicídio na Lalima
Mulheres vítimas das agressões do grupo que defende o caciaque João Batista (Foto: Reprodução)

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