Igreja diz que policial penal preso era obreiro e estava afastado há 5 anos
Igreja Presbiteriana Independente de Dourados divulgou nota negando que Allan Koch fosse pastor
A IPID (Igreja Presbiteriana Independente de Dourados) afirmou em nota oficial divulgada nesta terça-feira (31) que o policial penal Allan Koch, 44, não é pastor da congregação. Ontem, Allan e o filho, Daniel Koch, foram presos pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) com 290 quilos de maconha, dois quilos de cocaína, R$ 11,6 mil em dinheiro, duas pistolas e 91 munições calibre 40.
Na nota, a igreja afirma que “a pessoa em questão” fez parte do rol de membros da igreja, tendo servido como obreiro de uma congregação em Fátima do Sul, anos atrás. “Foi desligado da igreja em 2017 e desde então não é membro e nem frequentador”, afirma a IPID.
Entretanto, o próprio Allan Koch se apresentava em sua conta na rede social Linkedin como agente penitenciário e “pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil em Fátima do Sul de 13 de novembro de 2010 até o presente”.
Em agosto deste ano, Allan Koch fez palestra para alunos do ensino fundamental e ensino médio de uma escola particular de Mundo Novo, para falar sobre “conscientização e prevenção das drogas e da criminalidade”.
A divulgação do material sobre a palestra no site da escola apresentou o palestrante como “agente penitenciário, pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, bacharel em teologia pela Faculdade Luterana de Teologia de São Bento do Sul (SC), bacharel em teologia pela Faculdade Batista Anna Wollerman, Dourados (MS) e pós-graduando em Gestão Penitenciária e Gerenciamento de Crises, pelas Faculdades Cassilândia (MS)”.
Allan está lotado no PED (Presídio Estadual de Dourados) desde 2017, onde faz parte do GEP (Grupamento de Escolta Penitenciária). Antes, trabalhou no sistema penitenciário de Nova Andradina.
A prisão – O policial penal e o filho foram presos ontem à tarde em uma casa na Rua Sílvia de Araújo Moraes (antiga W-8), no Jardim Água Boa, região sul de Dourados.
As prisões ocorreram após os policiais receberem informação, via disque-denúncia, de possível entreposto de drogas naquele endereço. Equipe disfarçada passou a monitorar a casa e constatou movimentação suspeita.
Ao chegarem ao local, viram o momento em que um motociclista saiu bruscamente de frente da residência. O filho de Allan recebeu os policiais. Diante do forte odor do entorpecente, disse que guardava na residência cerca de 300 quilos de maconha no quintal da casa.
Ele contou que guardava e distribuía a droga com a ajuda do pai. Allan chegou logo em seguida e confirmou a versão do filho. Segundo o DOF, Allan e o filho disseram que as drogas vieram de Ponta Porã e teriam como destino o Estado do Paraná.
Entretanto, em depoimento na Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira), Daniel Koch mudou a versão e disse que não sabia da existência de droga na casa. Allan também afirmou no depoimento que o filho não tinha envolvimento no tráfico. Disse que sua esposa e o filho não sabiam da droga armazenada na casa.
O policial penal afirmou que tinha sido contratado por um morador de Cuiabá (MT) para guardar a droga na casa até ser levada para o Paraná. Ele não informou o nome do contratante. Também revelou que ontem à tarde, uma mulher foi ao local para confirmar a quantidade. A maconha e a cocaína seriam enviadas ontem à noite.
Allan Koch e o filho permanecem presos em Dourados. Após a audiência de custódia, que deve ocorrer nesta quarta-feira (1º), ele será levado para o Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva dos dois. O pedido ainda será analisado pela Justiça.
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