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Interior

Indígenas ocupam sede de fazenda em Rio Brilhante; PM está no local

Em fevereiro do ano passado, grupo já havia tentado ocupar da sede da propriedade rural

Ana Paula Chuva | 03/03/2023 13:40
Indígena observando equipes da Polícia Militar na propriedade rural. (Foto: Divulgação | Cimi)
Indígena observando equipes da Polícia Militar na propriedade rural. (Foto: Divulgação | Cimi)

Indígenas guarani kaiowá ocuparam a sede da Fazenda Inho, que fica no território Laranjeira Nhaderu, em Rio Brilhante, a 161 quilômetros de Campo Grande, na madrugada desta sexta-feira (3). Equipes da PM (Polícia Militar) já estão no local, mas não há até o momento nenhum indício de conflito.

De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), são cerca de 300 famílias nas duas comunidades que ficam no entorno da fazenda. Parte desses indígenas estão na fazenda ao lado e a outra parte no fundo da propriedade que teve a sede ocupada.

Os policiais chegaram na retomada ainda pela manhã e para o assessor jurídico do Cimi Anderson Santos, além de ilegal, a ação tem potencial de grave situação de violência contra os indígenas. Vídeo mostra parte dos barracos montados na fazenda e viaturas da PM no local.

“Os indígenas já levantaram barracos de lona e se estabeleceram no local. A Polícia Militar está ameaçando despejo sem ordem judicial e no último episódio que isso aconteceu, o indígena Vitor Fernandes foi assassinado e dezenas de pessoas foram feridas na retomada Guapoy em Amambai no ano passado”, afirmou o assessor jurídico.

Em fevereiro do ano passado, as famílias da comunidade tentaram retomar parte do território localizado na fazenda, os indígenas ocuparam as imediações da sede da propriedade. E, conforme o Cimi, a ação foi uma resposta "à iniciativa de políticos, fazendeiros e agentes de sindicatos patronais locais que pretendiam estabelecer um assentamento rural dentro da área reivindicada e em processo de identificação como terra indígena", diz nota divulgada pelo conselho.

Ao Campo Grande News, a Polícia Militar informou que as equipes estão no local apenas para evitar conflitos e nega qualquer ameaça por parte da corporação. A reportagem também tentou contato com o dono da propriedade e aguarda o retorno.

Parte dos barracos armados na sede da fazenda em Rio Brilhante. (Foto: Divulgação | Cimi)
Parte dos barracos armados na sede da fazenda em Rio Brilhante. (Foto: Divulgação | Cimi)


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