Índios acampados em polo da Sesai esperam para hoje exoneração de chefe local
Secretaria Especial de Saúde Indígena prometeu tirar Sidneide Alves da chefia do polo-base
Faz uma semana nesta segunda-feira (10) que o polo-base do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) está ocupado em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Índios de três aldeias de Dourados, das aldeias de Maracaju e de Douradina e de acampamentos e assentamentos da região exigem a demissão da chefe local, Sidneide Alves Boa Sorte.
Os índios acusam a chefe local de sucatear o atendimento à saúde indígena e de perseguir trabalhadores indígenas. Na semana passada, eles fizeram duas denúncias ao MPF (Ministério Público Federal) apontando sucateamento da estrutura e sumiço de vacinas contra a covid-19 dos postos localizados na reserva.
Líderes do protesto informaram ao Campo Grande News que da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) já sinalizou com possibilidade de a exoneração de Sidneide ser publicada ainda hoje.
Ligada ao Ministério da Saúde, a Sesai é responsável pela saúde indígena em todo o País. Os distritos sanitários são estruturas descentralizadas, responsáveis pela execução dos serviços.
Na sexta-feira (7), os índios ocuparam também o polo-base em Amambai, a 360 km de Campo Grande. O objetivo é o mesmo: protestar contra a atual situação da saúde indígena em todo Mato Grosso do Sul.
Em Dourados, onde o polo local é responsável pelo atendimento de saúde a pelo menos 18 mil índios, os manifestantes apontam “gestão desastrosa” de Sidneide.
Na quinta, o Campo Grande News mostrou o “cemitério” de carros abandonados no pátio do polo-base, na Avenida Joaquim Teixeira Alves.
“Estamos cansados dessa omissão e desse descaso por falta de veículos para socorrer o povo indígena e quando a gente chega no polo-base se depara com esse cemitério de carros, por incompetência da gestão”, afirmou um dos líderes do movimento. Até agora o Dsei não se manifestou sobre a ocupação do polo-base em Dourados.