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Interior

Índios retomam bloqueios de rodovias em protesto contra marco temporal

BR-163 está bloqueada em Naviraí, Eldorado e Rio Brilhante e MS-156, entre Dourados e Itaporã

Helio de Freitas, de Dourados | 01/09/2021 09:50
Rodovia entre Dourados e Itaporã bloqueada por indígenas nesta quarta-feira. (Foto: Divulgação)
Rodovia entre Dourados e Itaporã bloqueada por indígenas nesta quarta-feira. (Foto: Divulgação)

Povos indígenas de Mato Grosso do Sul retomaram na manhã desta quarta-feira (1º), o bloqueio de rodovias federais e estaduais em protesto contra o marco temporal incluído na pauta de hoje do STF (Supremo Tribunal Federal).

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que a BR-163 tem bloqueios em Rio Brilhante, Naviraí e Eldorado. Já a Polícia Militar Rodoviária confirmou interdição da MS-156, entre Dourados e Itaporã.

Em Naviraí, o trânsito está totalmente interditado. Já em Rio Brilhante, o tráfego é liberado a cada meia hora. Ainda não há informação sobre a situação em Eldorado.

Na MS-156, no trecho que corta a Aldeia Jaguapiru, pelo menos 70 indígenas participam do protesto. Toras, galhos e pneus foram usados para interditar a estrada - principal acesso entre Dourados e as regiões de Maracaju e Bonito. A passagem é parcialmente liberada a cada meia hora.

Também no entorno da Reserva Indígena de Dourados, os índios interditaram o Anel Viário Norte, estrada que interliga as BRs 163 e 463 e desvia o tráfego pesado do perímetro urbano.

Defendido em ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, o marco temporal estabelece que os índios só poderiam reivindicar terras onde já estavam na data da promulgação da Constituição de 1988.

Comunidades e entidades de defesa dos povos tradicionais apontam “prejuízo irreparável” aos índios se o marco temporal for aprovado e se tornar jurisprudência para processos de demarcação.

Pelo menos, 231 processos demarcatórios estão paralisados atualmente no Brasil e 536 pedidos de constituição de grupos de trabalho para identificação de outras terras tradicionais também não avançaram no Governo Bolsonaro.

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