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Interior

Investigação de ataque a índios é concentrada em delegacia da Capital

Marta Ferreira | 21/11/2011 10:25
Acampamento de índios entre Amambai e Aral Moreia: sob investigação da Polícia Federal em Campo Grande.  (Foto: Divulgação Cimi)
Acampamento de índios entre Amambai e Aral Moreia: sob investigação da Polícia Federal em Campo Grande. (Foto: Divulgação Cimi)

A investigação sobre o ataque ao acampamento de indígenas Guaiviry, na última sexta-feira, foi centralizada na Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal, em Campo Grande. O delegado Alcídio de Souza, que chefia o setor, foi para a região, acompanhado de um número de policiais não informado.

Após o ataque, que virou notícia internacional, o líder espiritual da comunidade Nísio Gomes, de 59 anos, está desaparecido. Os índios afirmam que ele foi executado por pistoleiros que, usando caminhonetes e armamento pesado, invadiram o acampamento e balearam mais duas pessoas, dois adolescentes. Há relatos de que mais pessoas foram feridas e até mortas, mas nenhum corpo foi encontrado.

A PF informou hoje que não vai se pronunciar sobre as investigações durante o inquérito, que costumam ter prazo inicial de 30 dias para serem concluídas.

O Campo Grande News apurou ontem, na região, que os donos das área vão ser ouvidos como parte do inquérito.

No local, foram encontradas marcas de sangue em meio ao mato e sinais de que um corpo tenha sido arrastado.

Diversas entidades de defesa dos direitos humanos e da causa indígena divulgaram notas de repúdio ao ataque, que, para muitos, foi uma tragédia anunciada, uma vez que o clima na região é tenso há meses em razão da disputa por terras em estudo para serem demarcadas como indígenas.

O MPF (Ministério Público Federal) também abriu investigação sobre o caso.

A PF informou que está na região para investigar o ataque, e que não recebeu determinação para dar proteção aos índios. No local, o número de acampados aumentou de cerca de 60 pessoas para cerca de 100.

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