Investigado por furto de maconha em delegacia é condenado a 6 anos
Na investigação da substituição de 173 kg de maconha, polícia encontrou depósito com 2,73 kg da droga na chácara do pai do acusado
A Justiça em Itaquiraí, a 410 km de Campo Grande, condenou pai e filho a penas de 6 anos, cada, por manter em depósito 2,73 quilos de maconha e a posse de arma calibre 32. O flagrante aconteceu durante a investigação da substituição de 173 quilos da droga por outra de qualidade inferior que estavam armazenados no depósito da Polícia Civil.
Na denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), Moisés Lopes Ferreira, 38 anos, começou a ser investigado a partir de junho deste ano, suspeito de armazenar a droga que havia sido retirada do depósito da Polícia Civil pelo policial Eduardo Luciano Diniz.
A denúncia da substituição da maconha do depósito contra o policial civil, Moisés e Cristiano da Silva Marques, este, que seria o outro comparsa, ainda está em tramitação na Vara de Itaquiraí. Todos estão presos e foram denunciados pelo MPE no dia 2 de agosto por tráfico de drogas, associação ao tráfico e receptação. A droga não foi localizada.
Flagrante - Na investigação do caso envolvendo o investigador, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na chácara onde mora João Batista Lopes Ferreira, 59 anos, pai de Moisés. No local, dentro do Assentamento Indaiá, na zona rural, encontraram 2,73 quilos de maconha, armazenados em sacos de ração e escondidos no paiol e na carcaça de veículo.
Além da droga, a polícia apreendeu uma garrucha, calibre .32, de dois canos, cabo de borracha, além de 04 (quatro) munições do mesmo calibre.
A denúncia contra Moisés e João tramitou em outro processo, diverso do que trata da droga subtraída da delegacia, já que não foi definido se tratar da mesma maconha, além de não haver indício da participação do pai de Moisés.
Os dois negaram que fossem proprietários da droga e disseram que um sobrinho, adolescente, trabalha para eles e seria usuário de drogas. Este rapaz assumiu a posse da maconha, dizendo que era para consumo próprio e que teria comprado de índio por R$ 70, mas que “não prestava”.
O juiz considerou que era “quantia incompatível” para o uso pessoal do adolescente.
Sobre a posse da arma, encontrada no armário do pai, Moisés confessou a propriedade dela. João disse que era usada para espantar pássaros.
Com base no flagrante, boletim de ocorrência e exame toxicológico, o juiz avaliou que havia indícios suficientes da autoria do depósito e posse da arma, levando em conta, ainda, os antecedentes criminais de contrabando de cigarros contra Moisés.
A pena por armazenamento da droga foi de 5 anos para cada um, somada a um ano por posse da arma. Todos estão presos preventivamente e o magistrado indeferiu o direito dos réus de recorreram em liberdade.
A reportagem entrou em contato com a defesa dos dois e aguarda retorno.