Lesões no rosto e no pescoço indicam crime passional, diz delegado
Chefe da investigação sobre assassinato diz que cabeleireiro recebeu vários socos no rosto, possivelmente em um encontro
São fortes os indícios de crime passional no assassinato do cabeleireiro Heberson Junior Cavalcante de Almeida, 29, ocorrido no fim de semana em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Natural de Dourados, onde moram seus pais, Heberson morava atualmente na Capital e tinha um estúdio de beleza no bairro Cophavila II.
A polícia não descarta totalmente a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), uma vez que o carro de Heberson ainda não foi encontrado, mas o assassinato tem características apontando para crime passional, segundo o delegado Rodolfo Daltro, chefe do SIG (Serviço de Investigações Gerais).
Agredido a socos – O policial afirma que são vários fatores indicando a possibilidade de crime passional. “As características das lesões no pescoço ensejam a possibilidade de ser passional. Ele foi agredido por socos no rosto e os dois ferimentos no pescoço foram perfurações e não cortes na horizontal, onde a morte é mais certa”, afirmou Daltro ao Campo Grande News.
Segundo o delegado, uma das linhas de investigação é que Heberson tenha se encontrado com o autor ou autores do crime e por motivos ainda inexplicáveis foi espancado e assassinado. Daltro diz que até agora não há nenhuma suspeita de que a morte tenha ocorrido por homofobia.
Também chama a atenção a lacuna entre o desaparecimento e o possível horário da morte. Heberson foi visto pela última vez na sexta-feira à noite, após jantar com amigos. “Ele disse que estava cansado, que ia descansar porque tinha que trabalhar no outro dia”, disse à reportagem uma amiga do rapaz.
Mãos e pés amarrados - O corpo de Heberson foi encontrado na segunda-feira de manhã, em uma construção no Jardim Carisma, região norte de Dourados. Na parede ao lado do corpo tinha mancha de sangue, indicando que houve luta. O cabeleireiro foi encontrado com as mãos e pés amarrados e com rosto coberto por um pedaço de pano.
Apesar de o laudo da perícia ainda não ter ficado pronto, a polícia considera difícil que a morte tenha ocorrido entre a noite de sexta e a madrugada de sábado. Isso levanta a hipótese de que Heberson estivesse vivo até o domingo, quando já era procurado por amigos e familiares.
A polícia também considera um fato diferente o desaparecimento do carro de Heberson, um Fiesta sedan branco. De acordo com familiares, Heberson veio a Dourados para visitar parentes e amigos e para uma reunião política. Na sexta-feira, após o jantar, ele desapareceu com o carro.