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Interior

Mãe de bandido famoso é presa após atentado

Filha dela também é procurada; as duas estão ligadas à arma usada no ataque contra José Carlos Acevedo

Helio de Freitas, de Dourados | 19/05/2022 11:31
Policiais paraguaios em um dos locais vistoriados hoje, em Pedro Juan Caballero. (Foto: Diário Hoy)
Policiais paraguaios em um dos locais vistoriados hoje, em Pedro Juan Caballero. (Foto: Diário Hoy)

Vilma Lucila Macchi de Morales, mãe de bandido famoso no Paraguai, foi presa na manhã desta quinta-feira (19), durante investigação sobre o atentado contra o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo Quevedo, 51, ocorrido terça-feira (17).

A filha dela, Silvana Morales Macchi, está sendo procurada pela Polícia Nacional. Segundo a imprensa paraguaia, as duas mulheres possuem ligação com uma das pistolas usadas no ataque contra o prefeito.

A arma, da marca Glock calibre 9 milímetros, foi usada por um dos guarda-costas de Vilma e Silvana durante troca de tiros com trabalhadores rurais na fazenda da família no distrito de Iturbe, a 471 km de Pedro Juan Caballero, em 2021. Elas também participaram da troca de tiros que deixou um dos colonos feridos.

Conforme investigadores que atuam no caso, a perícia balística comprovou que as balas que atingiram o prefeito e o colono de Iturbe saíram da mesma arma. José Carlos Acevedo continua internado em estado crítico em hospital particular de Pedro Juan, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

Má fama - Vilma de Morales é mãe de Gregorio “Papo” Morales, que está recolhido na Penitenciária de Emboscada, na região metropolitana da capital Asunción.

Dono de extensa ficha criminal, principalmente por lavagem de dinheiro e estelionato, “Papo” é bastante conhecido no Paraguai, onde ficou famoso após ser gravado torturando e ameaçando um empregado com um fuzil de guerra. As imagens viralizaram na mídia do país vizinho e “Papo” foi preso por tortura, tentativa de homicídio e posse ilegal de arma.

Nesta quinta-feira, após o resultado da perícia, equipe chefiada pelo promotor de Justiça Federico Delfino foi até a casa de Vilma de Morales na capital paraguaia e a levou para prestar depoimento. A filha dela ainda não foi encontrada.

Buscas também ocorreram hoje em Pedro Juan Caballero, onde duas pessoas foram presas – Mirta López e Bruno Aníbal Lezcano. A mulher aparece nos registros da polícia paraguaia como verdadeira dona da pistola Glock 9 milímetros. Bruno tinha em seu poder munições do mesmo calibre usado no ataque ao prefeito. Os dois foram levados para a sede do departamento de investigações.

Era de traficante – Segundo a Polícia Nacional, a pistola usada no atentado ao prefeito pertencia ao narcotraficante Fernando Javier Lezcano Giménez, o “Gordo”, assassinado a tiros em Pedro Juan Caballero, em 16 de dezembro de 2017. O amigo dele, Oscar Marcial Franco, o “Sapo”, também foi morto no mesmo ataque.

Alvo de pistoleiros meses antes de ser morto, Fernando Giménez passou a andar armado para se defender, mas não teve tempo de reagir. Ele e “Sapo” foram fuzilados dentro de uma Saveiro branca, no centro de Pedro Juan.

Como a pistola era registrada, o Ministério Público autorizou a devolução da arma para a mulher de Fernando Giménez, Mirta López, que foi detida hoje. Entretanto, familiares dela disseram hoje que a pistola nunca foi de fato entregue à viúva de “Gordo”.

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