Mãe que enterrou a filha viva pega 39 anos de prisão
Nesta manhã, a mulher confessou ter passado um fio no pescoço da filha e logo em seguida enterrado ela
Por unanimidade os jurados do Tribunal do Júri de Três Lagoas condenaram a cabeleireira Emileide Magalhães pelo assassinato da própria filha, Gabrielly Magalhães de Souza, de 10 anos. Na tarde desta quarta-feira (12), a mulher de 31 anos foi sentenciada a uma pena de 39 anos, 8 meses e 4 dias de reclusão.
O crime aconteceu no dia 21 de março, em Brasilândia, distante 366 quilômetros de Campo Grande. A grande repercussão do caso no município de 11 mil habitantes fez com que o julgamento de Emileide fosse transferido para Três Lagoas.
Nesta manhã, a mulher confessou ter passado um fio no pescoço da filha e logo em seguida enterrado ela em um buraco justamente por achar que estava morta. Alegou que a menina caiu na cova “sem querer” e a deixou ali. Gabrielly, no entanto, ainda estava viva quando foi soterrada pela mãe e, conforme a perícia, morreu asfixiada.
A versão de Emileide, no entanto, não convenceu os jurados. Nem a tentativa da defesa em excluir as qualificadoras do crime ou a ocultação de cadáver – pois que menina estava viva quando foi enterrada – foram consideradas.
A mulher foi condenada por homicídio com quatro qualificadoras: por motivo torpe, por meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e também para assegurar a impunidade de outro crime, já que teria assassinado a filha depois que ela contou ser estuprada pelo padrasto.
Além disso, foi considerada culpada no crime de corrupção de menores, por forçar o filho mais velho a ajudar na morte da irmã, ocultação de cadáver e falsa comunicação de crime, isso porque no dia seguinte procurou a polícia para “denunciar” o desaparecimento da menina. Somadas, as penas chegaram a 39 anos, oito meses e 4 dias de reclusão. Da sentença final, 35 anos são apenas pelo homicídio.
Inicialmente a pena definida pelo juiz Rodrigo Pedrini Marcos foi definida no regime fechado. Emileide está no presídio feminino de Corumbá e deve continuar na unidade. Diante da gravidade do caso, ela não ganhou direito de recorrer em liberdade.
Caso - A polícia soube do caso pela própria mãe. Depois de ir três vezes ao local do crime para constatar se a filha estava morta, Emileide procurou a delegacia de Polícia Civil e disse que a menina havia desaparecido após ter sido deixada por ela em uma praça com o irmão. Horas depois, ligou para a Polícia Militar e contou que havia matado a criança e queria se entregar.
Conforme a Polícia Civil, a causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente. O garoto revelou ainda que a mãe ficou enfurecida, porque a irmã havia dito que estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto e prometeu matá-la caso continuasse falando sobre o assunto.
Em seguida, ela chamou ambos para sair de carro e parou em uma estrada fora da cidade, onde iniciou as agressões e matou a filha. A Polícia Civil identificou uma testemunha que relatou que a menina havia mencionado, no final de 2019, ter sido vítima de abuso por parte do padrasto e que não poderia revelar aos professores ou para a polícia por medo de apanhar da mãe.
Emileide foi denunciada por homicídio quadruplamente qualificado, por motivo torpe, ocultação de cadáver, corrupção de menores e comunicação falsa de crime.