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Interior

Menino de 10 anos é levado para emergência com dor no braço e morre horas depois

Suspeita é que ele tenha sido picado por escorpião, embora não tenha relatado isso à família, nem dor

Por Cassia Modena | 11/12/2023 10:16
Criança era transferida para terceira instituição de saúde, quando morreu (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Criança era transferida para terceira instituição de saúde, quando morreu (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Um menino de 10 anos morreu neste domingo (10), em Nova Andradina. Ele havia sido levado às 22h do dia anterior para o PAM (Pronto Atendimento Médico) de Batayporã, onde mora, reclamando sentir forte dor em um dos braços.

"Chegou no PAM na noite de sábado (9), com saturação baixa, taquicardia e falta de ar. O médico plantonista fez o acesso, medicou para dor e transferiu para o Hospital Regional de Nova Andradina", dizem informações repassadas pela Prefeitura de Batayporã.

A criança morreu por volta das 8h de domingo, enquanto era transferida em uma ambulância para um terceiro local, o Hospital Universitário de Dourados.

O pai dele é servidor público e diretor de serviços urbanos do município. Em suas redes socais, o prefeito de Batayporã, Germino Roz, prestou homenagem ao menino e escreveu: "Força aos meus amigos Tuti e Dani! Força a todos os familiares. Estou sem palavras".

Causas da morte - Germino falou com o Campo Grande News sobre o caso. Ele primeiro esclareceu que circulam informações de que o menino teria sido vítima de picada de escorpião mas que, no entanto, ele não relatou sentir a dor da picada.

"Nem o pai e a mãe tinham essa informação, a criança não relatou isso em nenhum momento. Isso surgiu no dia da morte dele, no Hospital de Nova Andradina. A Secretaria Municipal de Saúde não recebeu o atestado de óbito ainda, não sabemos realmente a causa da morte", pontuou o prefeito.

Na declaração de óbito repassada nesta manhã pela Secretaria Municipal de Saúde de Batayporã, a picada de escorpião aparece como possível causa. O documento ainda não é conclusivo, segundo explicou a assessoria de imprensa.

"Constam como possíveis causas do óbito: parada cardiorrespiratória, síndrome da angústia respiratória aguda, picada de escorpião, celulite de outros locais", diz um trecho da declaração.

Os procedimentos que vão determinar a causa da morte sofreram atraso porque Batayporã não tem IML (Instituto Médico Legal), ainda conforme a assessoria de imprensa da prefeitura.

Este ano, três óbitos de crianças causados por picadas de escorpião foram registrados em Batayporã. A espécie encontrada no município é a segunda mais letal presente no Brasil, a Tityus serrulatus, conhecida popularmente como escorpião amarelo. Agentes comunitários de saúde da região têm realizado ações contínuas para prevenção e orientação.

Em todo Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 3.623 acidentes envolvendo escorpiões. Os dados são de janeiro a outubro deste ano.

Área rural - O menino residia na área urbana do município, porém, em fotos compartilhadas nas redes sociais, é possível vê-lo tendo acesso a área aparentemente rural, montado num cavalo e tocando berrante.

Menino que morreu toca berrante (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Menino que morreu toca berrante (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Ainda nas redes sociais, a comoção é grande pela morte do menino. Vários comentários destacam que ele era muito querido e que tinha um jeito muito carinhoso de tratar as pessoas.

Suspensão de aulas - A Secretaria Municipal de Educação decidiu suspender as aulas nesta segunda-feira (11) e publicou nota de pesar:

"Sua presença será lembrada com carinho pelos professores e colegas de classe. Que descanse em paz e que sua jornada seja lembrada como parte especial da nossa comunidade escolar. Nossos pensamentos estão com sua família e amigos neste momento difícil", publicou a pasta.

O que fazer - De acordo com publicações da prefeitura, a orientação em caso de picada é lavar a ferida com água e sabão e procurar atendimento médico imediatamente.

O Corpo de Bombeiros também pode ser acionado pelo 193. A Defesa Civil e a Vigilância Entomológica também poderá ser acionada para recolher o aracnídeo e auxiliar nas medidas de controle.

Especialistas orientam inspecionar roupas, calçados, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los; afastar camas e berços das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários. É indicado não deixar que lençóis ou cobertores sobre as camas ou berços encostem no chão, nivelar as frestas das calçadas, pisos, paredes e portas e colocar uma barreira de proteção na parte inferior das portas.

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