Menino passou o dia em casa ao lado de mãe morta
Criança achava que a mãe estava dormindo e só procurou os vizinhos quando sentiu fome
Menino de 8 anos de idade passou o dia ao lado do corpo da mãe, Gislaine Aparecida Gonçalves Martins, 30, acreditando que ela estivesse dormindo. No início da noite desta segunda-feira (11), como estava sentindo fome e não conseguia acordar a mãe, ele pediu ajuda aos vizinhos que foram até a casa e encontraram a mulher morta sobre a cama.
O caso ocorreu no Jardim Carisma, na região leste de Dourados, cidade a 251 km de Campo Grande. O autor do feminicídio, o ex-marido de Gislaine, Alex Lima da Silva, 35, foi preso em flagrante na cena do crime, ontem à noite. Ele confessou ter matado a ex com golpe de faca durante uma briga.
Conforme informações apuradas até agora pela polícia com base no depoimento do filho de Gislaine e de outras pessoas ligadas ao autor e à vítima, Alex foi até a casa da ex-mulher no domingo (10). Os dois acabaram brigando, porque a mulher precisava que ele ficasse com os dois filhos do casal, um menino de um ano e três meses e um bebê, de apenas três meses de vida.
Existe ainda informação ainda não confirmada de que Alex teria discutido com o irmão de Gislaine. Após a desavença, ele foi embora com os dois filhos do casal, levados para a casa da mãe dele, na Rua Maria de Carvalho, no Jardim Água Boa (região sul da cidade).
No domingo à noite, Alex Lima da Silva voltou até a casa da ex-mulher e, durante outra briga, ele a matou com golpe de faca no pescoço. Depois, cobriu o corpo com lençol e foi embora. O menino de 8 anos estaria na sala jogando videogame e não presenciou a mãe ser morta.
Segundo relatos no local do crime, ontem no início da noite, depois de perceber que a mãe permanecia no quarto, o menino tentou acordá-la e como não conseguiu foi até a casa dos vizinhos.
Assim que encontraram o corpo de Gislaine, os vizinhos chamaram a Polícia Militar. Equipe do Canil foi a primeira a chegar ao endereço, na Rua C2. Os PMs isolaram a área e permaneceram em frente à casa. O Conselho Tutelar foi chamado, para atender a criança.
Enquanto os policiais militares aguardavam a perícia da Polícia Civil, Alex chegou na casa perguntando o que tinha ocorrido. Alegou que havia recebido informação de que sua ex-mulher poderia estar morta.
De imediato ele passou a ser suspeito do crime, foi algemado e colocado na viatura. Houve forte reação da população, que gritava “assassino, assassino, assassino”.
Já na viatura, Alex teria confessado o feminicídio. Por medida de segurança, a PM o levou para a carceragem da Depac (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento Comunitário).
Ele disse que jogou a faca em frente à casa da mãe dele, mas a arma ainda não foi encontrada. A mãe de Alex Lima da Silva também foi levada para a delegacia para ser ouvida como testemunha.
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