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Interior

"Meu pai não é um ladrão", diz filha de homem morto em confronto com a PM

Segundo a PM, homens teriam disparado contra policiais que faziam rondas atrás de suspeitos de furtar gado

Dayene Paz | 28/09/2022 10:45
Domingos em foto postada pela família nas redes sociais. (Foto: Facebook)
Domingos em foto postada pela família nas redes sociais. (Foto: Facebook)

A família de Domingos Alonso, morto em confronto com policiais militares nesta terça-feira (27), em Porto Murtinho, a 439 km de Campo Grande, afirma que o homem não era ladrão de gado e foi morto injustamente. "Meu pai não é ladrão, ele é um homem honesto, as pessoas precisam saber antes de falar", publicou no Facebook uma das filhas de Domingos.

O caso ocorreu após a Patrulha Rural da PM diligenciar atrás de ladrões de gado e ser surpreendida por grupo armado na região da fazenda Porto Conceição. Além de Alonso, Fábio Gonçalves também foi alvejado por tiros e morreu. Nas redes sociais, a morte dos dois causou comoção entre amigos e familiares.

Em outra publicação, um irmão contesta a informação de que Domingos era suspeito de furto. "Esse é meu irmão Domingos Alonso, morto hoje injustamente, covardemente. Esse é meu irmão trabalhador honesto e de muito caráter, que nunca precisou pegar ou roubar nada de ninguém", lamentou.

Em um áudio, uma mulher que não se identifica relata que eles só estavam trabalhando na região. "A polícia matou enganado, porque o gerente falou que é funcionário da fazenda, eles têm acampamento na mata, são empreiteiros de fazer madeira. A polícia trocando tiros, correndo atrás do ladrão e deu de cara que matou os dois".

No boletim de ocorrência, a Polícia Militar confirma que ao ser surpreendido pela equipe, Domingos passou a atirar, momento em que houve a troca de tiros. O dono da fazenda também reconheceu Domingos e Fábio como sendo os homens que via constantemente carneando o gado furtado, sempre portando armas longas e curtas.

A assessoria da Polícia Militar informou que o caso ficará sob investigação da Polícia Civil. Contudo, a ação dos militares será apurada através do Inquérito Policial Militar, um procedimento de praxe em casos como esse. As armas dos PMs envolvidos na ação, dois fuzis, foram apreendidas.

"Os policiais militares não foram presos em flagrante porque o oficial entendeu que havia indícios de excludentes de ilicitude, uma vez que foram encontradas armas com os suspeitos e houve a identificação de uma testemunha de que eles estariam cometendo crimes na região", disse a comunicação da PM.

O caso - Os policiais da Patrulha Rural faziam diligências durante a Operação Pecuária Segura Auacá Darueira, perto da região conhecida como fecho dos morros, após ter conhecimento de furtos recorrentes de gado no entorno da fazenda Porto Conceição. Alguns  suspeitos, inclusive, foram vistos na semana passada abatendo o gado e utilizando um barco para fazer o transporte da carne.

Armas apreendidas na ocorrência. (Foto: Rádio Alto Paraguay)
Armas apreendidas na ocorrência. (Foto: Rádio Alto Paraguay)

Diante da informação, uma equipe seguiu por terra na viatura policial e outra de barco. Em determinado momento, os policiais afirmam que viram um barco vazio, momento em que parte da equipe desembarcou, seguindo a pé pela mata e um sargento da PM continuou pelo rio.

Os policiais fizeram a abordagem, mas um dos autores passou a atirar no barco em que estava o sargento. Foi dada voz de prisão, mas conforme o boletim, surgiram quatro homens e "houve intensa troca de tiros". Dois suspeitos foram atingidos e os outros conseguiram fugir pela mata. Os feridos foram socorridos e levados ao hospital, mas não resistiram. Na ocorrência foram apreendidas duas armas de fogo e um barco.

Domingos e Fábio não tinham passagens pela polícia.

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