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Interior

Minotauro e Pavão comandam da cadeia guerra na fronteira, diz ministro

Arnaldo Giuzzio, chefe da Senad, afirma que facções disputam o posto de “cabeça” do narcotráfico entre Amambay e MS

Helio de Freitas, de Dourados | 24/05/2019 10:41
Presos com armas em Pedro Juan Caballero; grupos de Minotauro e Pavão estão em guerra (Foto: Última Hora)
Presos com armas em Pedro Juan Caballero; grupos de Minotauro e Pavão estão em guerra (Foto: Última Hora)

O ministro-chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai Arnaldo Giuzzio afirmou nesta sexta-feira (24) que dois narcotraficantes brasileiros estão por trás da guerra travada por quadrilhas instaladas em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.

Em entrevista a uma rádio do Paraguai, Giuzzio acusou Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, e Jarvis Gimenes Pavão de comandarem as execuções numa disputa sangrenta pelo comando do crime organizado na Linha Internacional.

O detalhe é que os dois estão recolhidos em presídios federais brasileiros. Preso em fevereiro deste ano em Balneário Camboriú (SC), Minotauro está no Presídio Federal de Catanduvas (PR).

Antes da prisão, várias execuções ocorridas em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero foram atribuídas à quadrilha comandada por ele, que tentou aproveitar a falta de comando para se tornar o novo “chefão” do crime na fronteira.

Já o sul-mato-grossense Jarvis Pavão está no Presídio Federal de Mossoró (RN) desde dezembro de 2017, quando foi extraditado do Paraguai para o Brasil. O irmão, o tio e vários funcionários de Pavão foram mortos nas duas cidades nos últimos dois anos.

O mais recente banho de sangue na fronteira ocorreu na madrugada de quarta-feira (22). Seis pessoas, entre elas uma adolescente de 16 anos, foram executadas a tiros de fuzil e pistola em Pedro Juan Caballero. A polícia paraguaia acusou o PCC (Primeiro Comando da Capital) e disse que os mortos eram ligados à quadrilha de Jarvis Pavão.

Chefia em disputa – Arnaldo Giuzzio disse que as facções criminosas, principalmente o PCC e o Comando Vermelho, tentam se reacomodar na fronteira, já que não existe atualmente uma liderança no comando do submundo do crime. A disputa está em aberto, segundo ele.

“Antes estava muito vinculado ao PCC e ao Comando Vermelho, mas hoje não há uma ‘cabeça visível’ e os grupos estão se posicionando em seu setor”, afirmou a autoridade paraguaia à rádio Monumental AM.

Arnaldo Giuzzio disse ter informações de que, de dentro da cadeia, Minotauro e Pavão tentam reacomodar seus grupos em Pedro Juan Caballero. Segundo ele, o serviço de inteligência revelou que atualmente três bandidos tentam assumir o controle do crime na fronteira. Seriam dois brasileiros e um paraguaio, afirmou.

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