Morta na frente da filha denunciava violências do ex havia 5 anos
Marilei Ramos, de 32 anos, chegou a se jogar de carro em movimento para fugir do agressor Jair Soares de Oliveira
A mulher assassinada na frente da filha de três anos na noite de quarta-feira (27), em Costa Rica, tinha registrado quatro boletins de ocorrência de violência doméstica contra o ex-marido entre 2015 e este ano. Em março, ela chegou a se jogar de um carro em movimento para fugir do agressor identificado como Jair Soares de Oliveira.
Conforme as informações da Polícia Civil, as denúncias começaram em 2015 no município de Paranhos. Outros dois boletins de ocorrência de violência doméstica foram registrados em 2016 na cidade de Costa Rica e o último, em março deste ano, quando Marilei teve de se jogar de carro para não ser morta naquela ocasião.
Naquele dia, a Polícia Militar recebeu uma denúncia sobre um carro em alta velocidade e foi verificar. Eles encontraram o veículo, deram ordem de parada ao condutor, mas ele desobedeceu.
A perseguição policial se estendeu por mais de 60 quilômetros pela BR-359. Em determinado momento, a vítima se jogou do carro em movimento e foi resgatada pelos militares. Outros PMs continuaram seguindo o veículo que foi abandonado em um matagal. Jair conseguiu fugir.
Marilei passou por atendimento médico e depois foi encaminhada para a delegacia onde fez mais uma denúncia. Na ocasião, ela contou ter sido agredida com socos no rosto enquanto ouvia ameaças de morte. Conforme o relato, Jair dizia a todo momento que mataria a ex-mulher e jogaria o corpo no rio.
Dois meses após o registro desta ocorrência e Jair aparece como principal suspeito da morte de Marilei e Gilcione Rodrigues Martins, de 34 anos. O casal foi assassinado a facadas na frente de uma criança de três anos.
Última mensagem - De acordo com o delegado Cleverson Alves, Marilei tinha solicitado medida protetiva contra o ex. O pedido foi deferido na Justiça em março e, desde então, ela havia bloqueado o número do celular dele. Na noite de ontem, ela desbloqueou e já passou a receber mensagens do agressor.
Ela respondeu que ele a deixasse em paz e que iria até a delegacia no outro dia para registrar novo boletim de ocorrência por descumprimento de medida protetiva. Não deu tempo. Ela foi assassinada durante a madrugada.