Morto com 111 tiros era suspeito de executar narcotraficante “Ryguasu”
Diego Giménez foi executado ontem em Pedro Juan; outro morto de madrugada seria funcionário de “Ryguasu”
O paraguaio Diego Antonio Delvalle Giménez, 26, executado na manhã de ontem (5) em Pedro Juan Caballero, na linha internacional com Ponta Porã (MS), era apontado como um dos pistoleiros que mataram o narcotraficante fronteiriço Ederson Salinas Benítez, 33, o “Ryguasu”.
Considerado sucessor do narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o “Minotauro”, na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, Salinas Ryguasu foi assassinado por quatro homens no dia 25 de fevereiro, em Asunción.
Um dos pistoleiros seria Diego Giménez. Citando fontes da Polícia Nacional, a imprensa paraguaia afirma que Diego era o pistoleiro mais gordo, de camiseta branca, que junto com outro criminoso correu atrás de Salinas Ryguasu atirando e depois se aproximaram, para os “tiros de misericórdia”.
Os outros dois matadores nem chegaram a se aproximar do corpo e todos fugiram juntos em um Toyota ITS branco. Todos usavam capuz.
Na manhã de ontem, Diego Antonio Delvalle Giménez estava na casa da sogra, no cruzamento das ruas 2 de Maio e Prudencia Ortellado, no bairro Obtrero, quando quatro homens invadiram o local. Três usavam pistolas com carregadores estendidos e um estava com fuzil. Diego foi morto com pelo menos 111 tiros, segundo a perícia.
Segundo testemunhas, Diego havia chegado à casa da sogra no início da manhã de ontem. Sabendo que era alvo de grupos rivais, sempre andava armado com uma pistola. Entretanto, não teve tempo de sacar a arma.
Quando ele estava na varanda da casa, uma caminhonete branca parou no local e os quatro pistoleiros usando roupas camufladas invadiram a casa com armas nas mãos. Diego tentou correr, mas não conseguiu pular o muro e foi fuzilado no quintal. A polícia recolheu no local 91 cápsulas de pistola 9 milímetros e 29 de fuzil 5,56. Pelo menos 111 atingiram o alvo.
Diego Giménez já estava sendo procurado pela polícia paraguaia por ter participado de outro atentado contra Salinas Ryguasu, em 24 de março do ano passado, quando pelo menos 15 homens fortemente armados tentaram matar o traficante. Escondido em um quarto fortificado, ele saiu ileso, mas foi morto menos de uma no depois.
Funcionário – A Polícia Nacional também investiga ligação de Alberto Anastacio Medina Mancuello, 34, com Salinas Ryguasu. Na madrugada de ontem, Alberto dormia com a esposa em sua casa no Jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero, quando pelo menos seis homens invadiram o local.
A mulher foi trancada em um cômodo enquanto o homem era torturado. Segundo a testemunha, os bandidos perguntavam insistentemente: “onde está?”, “onde está?”. Como Alberto não deu as respostas que eles queriam, foi executado com pelo menos 20 tiros de fuzil calibre 7,62.
Depois, os bandidos reviraram toda a casa e a caminhonete da vítima, que estava no quintal da casa, e foram embora sem levar nada. Segundo a polícia, Alberto Mancuello trabalhava para Salinas Ryguasu e seria espécie de secretário do narcotraficante.
Os investigadores suspeitam que o grupo estava atrás da maleta levada no apartamento de Salinas Ryguasu logo após sua morte, no dia 25 de fevereiro. A maleta teria sido retirada do apartamento pelo narcopiloto Milner Eustáquio Ruiz, 38, primo do narcotraficante. Milner teve a prisão decretada e está sendo procurado no Paraguai.