MP quer cancelar “Nioaque Folia” e investiga Carnaval de Porto Murtinho
A festa tradicional já foi cancelada em várias cidades de Mato Grosso do Sul
Deficiências sociais, ruas esburacadas, frágeis pontes de madeira, debilidade do transporte escolar, falta de leito na Unidade de Pronto Atendimento e lixão. Delineando esse cenário sobre os problemas financeiros da prefeitura de Nioaque, a promotora Mariana Sleiman abriu inquérito civil para apurar gastos públicos incompatíveis com a realidade do município e o evento “Nioaque Folia”.
A administração municipal contratou show do cantor Israel Novaes, atração nacional, e vai pagar R$ 60 mil. Outros R$ 55 mil devem ser gastos com palco, iluminação, equipamento de som, banheiros, diárias de seguranças e atrações para os demais dias de festa.
A promotora recomendou que o prefeito Valdir Couto Souza Júnior faça rescisão dos contratos e não destine dinheiro público para o Carnaval. A reportagem não conseguiu contato com o prefeito neste sábado (dia 16).
A festa já foi cancelada em várias cidades do Estado e agora também é investigada pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em Porto Murtinho.
A promotora Juliana Pellegrino Vieira apura eventual irregularidade na utilização de verba pública no “Porto Pantanal Folia 2019". A prefeitura lançou licitações para contratação de empresa especializada em fornecimento de estrutura e bandas e para definir a empresa que vai explorar o bar oficial do evento. Nesta segunda licitação, a oferta para gerir o espaço começa em R$ 10 mil.
De acordo com o prefeito Derlei João Delevatti (PSDB), na segunda-feira será feita reunião para analisar o procedimento do Ministério Público. A prefeitura pretende investir até R$ 43 mil no Carnaval e planeja atrair o público de cidades que cancelaram a festa.
“Na realidade, o Carnaval que estamos projetando é com o mínimo de custo possível e a terceirização do bar oficial é para amenizar o custo total do evento”, afirma o prefeito.
Segundo ele, não há irregularidade nos processos licitatórios e o Ministério Público questiona o uso de verba pública para o Carnaval diante de necessidades na saúde e educação.
A festa com uso de verba pública já foi cancelada em Dois Irmão do Buriti, Terenos, Aquidauana, Coxim, Chapadão do Sul, Rio Verde, Anaurilândia, Bonito e Jardim.