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No município que foi 1º epicentro da covid em MS, vacina é sinônimo de liberdade

Batayporã foi o 1º município de MS a registrar morte pela covid e hoje iniciou a campanha de vacinação para 99 pessoas

Silvia Frias | 19/01/2021 10:38
Marta Borges, a 1ª pessoa a ser imunizada contra covid-19 em Batayporã (Foto: Ana Carla Barbosa-prefeitura de Batayporã)
Marta Borges, a 1ª pessoa a ser imunizada contra covid-19 em Batayporã (Foto: Ana Carla Barbosa-prefeitura de Batayporã)

Batayporã, a 311 quilômetros de Campo Grande, enfrentou o pior da covid-19 antes mesmo de muitas capitais. Foi no pequeno município, com pouco mais de 11 mil habitantes que Mato Grosso do Sul registrou a primeira morte em decorrência da doença, no dia 31 de março. Hoje, dez meses depois, a população começa a respirar aliviada, com o início da vacinação.

O município que, em 2019 não havia registrado nenhum homicídio, se assustou a registras duas mortes seguidas por conta da covid, em 2020. Eleuzi Silva Nascimento, 64, no dia 31 de março, e Sônia Regina dos Anjos, 66, no dia 6 de abril.

Hoje, Batayporã registra 386 casos confirmados da doença e 7 mortes, além de 31 casos ainda em investigação. Chegou a ocupar uma das primeiras posições em taxa de incidência da doença em MS.

“Esta é nossa única arma contra essa doença terrível, espero que a vacina nos devolva a liberdade”, disse a enfermeira Marta Borges, 52 anos, a primeira profissional da saúde a receber a dose da CoronaVac, em vacinação simbólica realizada esta manhã, no município.

Marta é enfermeira há 36 anos, sendo 24 trabalhando em Batayporã.  O prefeito Germino Roz (PSDB) diz que foi escolha emblemática, pela atuação dela há 16 anos em salas de vacina. “Representa essa categoria que tem se doado em prol das nossas vidas”.

Doses recebidas pela prefeitura, esta manhã (Foto:Prefeitura de Batayporã)
Doses recebidas pela prefeitura, esta manhã (Foto:Prefeitura de Batayporã)

Agora, o município começa a imunizar parte do grupo prioritário considerado para esta 1ª fase da campanha nacional de vacinação. O cálculo teve que ser feito de ontem para hoje, depois que a SES (Secretaria Estadual de Saúde) reduziu a quantidade de doses disponíveis para a cidade: de 606 caiu para 198.

Isso significa que 99 pessoas serão vacinadas, levando em consideração que é preciso ter estoque para a 2ª dosagem. Na conta anterior, seriam 303 imunizados neste início de campanha.

“A nova planilha foi repassada ontem à noite”, conta a secretária Municipal de Saúde, Letícia Sanches, pega de surpresa com a redução de doses. Mesmo na nova estratégia, ela diz que será possível cobrir a imunização de todos os profissionais da saúde que atuam na linha de frente contra a covid-19, entre eles, médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem e motoristas de ambulância.

Na lista, também estão mantidos os idosos acima de 60 anos que vivem em asilo, neste caso, os residentes no Lar Santo Antônio. A expectativa é para quando as novas doses foram encaminhadas para imunizar o resto da população.

Letícia e o prefeito Germino Roiz (camisa azul), com a vacina da CoronaVac (Foto: Prefeitura de Batayporã)
Letícia e o prefeito Germino Roiz (camisa azul), com a vacina da CoronaVac (Foto: Prefeitura de Batayporã)

Letícia Sanches assumiu o cargo em janeiro, com a eleição de Germino Roz para o primeiro

mandato. “Esse é desafio para todos, até para quem tem experiencia de gestão, a batalha contra a covid é nova para todo mundo”, avaliou.

A vacinação simbólica foi realizada no ESF (Estratégia de Saúde da Família) Santo Antônio. De lá, os profissionais seguem para imunizar os idosos.

A técnica de enfermagem Kelly Cristina de Lima, 48 anos, servidora há 23 anos no município, aplicou a vacina na colega, durante a cerimônia. “Espero que esse momento sirva para conscientizar a população de que todas as vacinas são importantes”.

Medo – Logo após o registro das duas mortes, a prefeitura tornou obrigatório o uso de máscara e adotou o toque de recolher, das 20h às 5h.

Em julho de 2020, flexibilizou as medidas, liberando culto e missa duas vezes por semana com até 30% da capacidade. Bares e restaurantes poderiam atender, sem aglomeração ou uso de mesas o descumprimento acarretava em multa de R$ 2 mil.

Hoje, ainda está em vigor o toque de recolher, das 22h às 5h, regramento sanitário nos estabelecimentos comerciais, como distanciamento mínimo de 2 metros entre as mesas, limite de 30% da capacidade do ambiente e uso de máscaras obrigatório.

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