No Paraguai, presidente também descarta reforçar segurança na fronteira
Do lado brasileiro, Exército não irá agir por falta de recursos financeiros e vontade política do Congresso Nacional, segundo ministro da Defesa
A fronteira entre Brasil e Paraguai, onde as cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero se encontram, deve continuar sem nenhum reforço militar, até mesmo do lado paraguaio. Mesmo após o atentado contra o empresário e narcotraficante Jorge Rafaat Toumani na noite de quarta-feira (15), no centro da cidade paraguaia, o Presidente da República do Paraguai Horacio Cartes e o Ministério da Defesa do Brasil negaram enviar reforço militar à região.
De acordo com o site paraguaio Capitanbado.com, o coronel Jorge Mieres, que é diretor de comunicações das Forças Militares paraguaias, afirmou que não há nenhuma ordem do presidente para que haja reforço na segurança da região de fronteira, mesmo após a emboscada e morte de Rafaat.
Sem reforço paraguaio, a fronteira deve continuar “sem controle”, pois do lado brasileiro também não há nenhuma previsão de ampliação na fiscalização e segurança dos militares. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (17), o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que não há dinheiro para aumentar o efetivo do Exército Brasileiro em Ponta Porã.
“Estamos engessados por falta de recursos. O Brasil vive uma estagnação financeira e isso tudo reflete na questão de aumentar efetivamente a fiscalização na fronteira. O Exército dispõe de recursos humanos, logística e demais predicados para fazer esse trabalho e não falta vontade da parte do Ministério da Defesa, mas sim a liberação de recursos que emperra no Congresso Nacional”, disse.
Por enquanto, a única atuação militar na fronteira do Brasil com o Paraguai é por parte da Operação Ágata 11, em que o Exército, Marinha e Força Aérea atuam em fiscalizações para diminuir crimes fronteiriços, mas sem atuar de forma mais ampla na segurança da região, até que uma ordem de Brasília chegue.