Operação é desdobramento de ação que revelou fraudes há 1 ano em Ladário
A maioria das empresas envolvidas na Questor é, atualmente, fornecedora, da prefeitura de Corumbá
Deflagrada nesta quinta-feira em Corumbá e Ladário, a operação Decoada, que investiga desvio de dinheiro público, é um desdobramento da operação Questor. A primeira ação foi realizada em maio do ano passado e tinha como alvo a prefeitura de Ladário.
De acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União), a maioria das empresas envolvidas na Questor é, atualmente, fornecedora, algumas de forma exclusiva, da prefeitura de Corumbá. Em ambos os casos, houve desvios de recursos públicos da ordem de milhões de reais, destinados às áreas de Saúde, Educação e infraestrutura dos municípios.
Na Questor, o crime consistia em montagem e manipulação de processos licitatórios, com restrição ao caráter competitivo, falsificação de documentos para favorecer empresas fantasmas ou com vínculos com servidores da prefeitura de Ladário. Na operação do ano passado, foram presas sete pessoas: seis funcionários da prefeitura de Ladário e um empresário.
Mais uma vez - Nesta quinta-feira, a PF cumpriu mandados de buscas e apreensão na prefeitura e hospital de Corumbá, além da prefeitura de Ladário. A ação já cumpriu quatro mandados de prisão temporária (válido por 5 dias). Em Campo Grande, foi preso Carlos Porto. Ele representa a prefeitura de Corumbá na Capital.
As outras três prisões foram realizadas em Corumbá. Conforme informações extraoficiais, foi preso um secretário e outros dois servidores da prefeitura. No entanto, em entrevista ao Diário Online, o procurador do município, Marcelo Dantas, afirmou que nenhum secretário foi preso.
O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PT), ia participar de evento na Assembleia Legislativa, em Campo Grande, mas retornou à cidade.
Ao todo, serão cumpridos 36 mandados de busca e apreensão e 28 de condução coercitiva.
Decisão da 1ª Vara Federal de Corumbá determinou o afastamento cautelar das funções de oito servidores municipais. Os nomes dos envolvidos não foram informados pela Polícia Federal.
Asfixia - As investigações, que duraram mais de um ano, foram realizadas em conjunto pela Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e MPE (Ministério Público Estadual).
A força-tarefa apontou a ocorrência de fraudes e direcionamentos em licitações, corrupção, desvio de recursos públicos e pagamentos de propina, com o envolvimento de servidores públicos municipais e empresários.
A operação foi batizada de Decoada em analogia ao fenômeno natural vegetação local entra em decomposição na seca, reduzindo o oxigênio da água. Como a corrupção, que asfixia a população.