Paraguai caça na fronteira policiais corruptos ligados a Minotauro
Dois chefes da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero foram transferidos após seis carros apreendidos com quadrilha ligada ao narcotraficante sumirem de um prédio do governo
O governo paraguaio apertou o cerco a policiais corruptos que trabalham na fronteira com o Brasil, mais precisamente na Linha Internacional entre o departamento de Amambay e Mato Grosso do Sul.
Os alvos da investigação são agentes da lei que estariam na folha de pagamento da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) e do narcotraficante Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, preso no mês passado no litoral catarinense.
Ao Campo Grande News, o promotor de Justiça Hugo Volpe disse nesta sexta-feira (1º) que aguarda documentos do Ministério do Interior para intensificar a investigação.
Na semana passada, o ministro do Interior Juan Ernesto Villamayor levantou suspeita contra policiais após seis carros apreendidos com bandidos ligados a Minotauro desaparecerem de um prédio do governo em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.
De imediato, surgiram suspeitas contra policiais e três carros apareceram do nada em uma estrada sem movimento nos arredores da cidade.
Nesta semana, o comissário geral a Polícia Nacional em Amambay, Víctor Rivas, foi transferido para o mesmo cargo no departamento de Alto Paraguay. Outro que perdeu o comando na fronteira foi o comissário principal Teófilo Giménez, que ocupava o posto de prevenção e segurança.
O novo titular da polícia no estado paraguaio vizinho de Mato Grosso do Sul é o comissário Ignacio Rodríguez e como segundo na linha de comando assumiu Silvio Cantero.
Além da suspeita de ligação com narcotraficantes brasileiros, os comandantes perderam os postos por outro caso atribuído a policiais paraguaios: o atentado ao suboficial Juan Alberto Cabañas Bogado, 49, ocorrido no dia 20 de fevereiro em uma estrada a 15 km de Pedro Juan Caballero.
Juan Alberto foi transferido para um hospital da capital, Assunción, e o caso é investigado em sigilo pela inteligência da Polícia Nacional.