Paraguai fecha laboratório que refinava cocaína para facções da fronteira
Mega estrutura preparava droga com matéria-prima trazida de países produtores de coca; brasileiro foi preso
Mega laboratório de refino de cocaína foi fechado por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã (MS), a 313 km de Campo Grande. A estrutura foi descoberta na terça-feira (29), mas só hoje o caso foi divulgado.
Segundo a agência antidrogas, o laboratório produzia cocaína com matéria-prima trazida de países produtores de coca (Bolívia, Colômbia e Peru) e fornecia a droga pronta para o consumo a várias organizações criminosas instaladas na linha internacional entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul.
Equipado com sistema de refrigeração e estação de trabalho para manuseio dos produtos químicos, o laboratório funcionava em propriedade rural na Colônia San Miguel. O brasileiro Daniel Frazão de Oliveira, 41, foi preso.
O local era mantido sob rigoroso sistema de vigilância. Até a estrada de acesso era monitorada por câmeras. Pelas imagens, pelo menos dez pessoas que trabalhavam no laboratório perceberam a chegada dos agentes e conseguiam fugir.
A estrutura chamou atenção do promotor de Justiça Celso Morales, que acompanhou as buscas. Segundo ele, esses centros de refino de cocaína são pouco comuns em território paraguaio, já que os laboratórios descobertos até agora eram improvisados e amadores.
No local foram apreendidos 10,8 quilos de cocaína refinada, 387 quilos de substância não identificada, 250 quilos de cafeína, 650 quilos de cloro de cálcio, 325 quilos de soda cáustica e pequenas porções de maconha e haxixe, possivelmente deixadas pelos trabalhadores.
Os agentes da Senad apreenderam ainda tambores com éter, ácido, acetona, etanol e nafta (composto proveniente do petróleo e com potencial de destilação semelhante à gasolina). Três motos, dois carros e uma retroescavadeira também foram apreendidos.
No barracão também foram encontrados moldes de metal com desenhos de búfalo, cavalo, rinoceronte, javali e do Hulk. Os símbolos são usados para identificar os fornecedores da droga. Entre prensas, forno de micro-ondas, lâmpadas infravermelhas, tanque de dióxido de carbono e instrumentos de precisão, também foram encontradas duas armas de fogo.