PCC mandou matar foragido em tribunal do crime por dívida na prisão
Mandante já estava na cadeia, mas outros envolvidos no crime foram presos hoje em Dourados, entre eles a namorada da vítima
Vagner Sebastião dos Santos Haak, 27, o “Bugão”, foi morto no “tribunal do crime” por causa de uma dívida contraída na prisão no período em que cumpria pena por matar uma mulher em novembro de 2012. O corpo de Vagner foi encontrado com as mãos e pés amarrados e enrolado em lençóis, na manhã de 18 deste mês, em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
O julgamento com pena de morte de Bugão foi ordenado pelo principal líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em Dourados, Edson De Souza Alencar, conhecido como “Edinho Cadeirante” e “Bidala”.
Edinho e seu braço direito, Alex Junior, foram presos em flagrante pelo assassinato de Vagner Haak no dia seguinte ao crime. Os dois estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Outros seis envolvidos na morte foram presos hoje (29) na Operação Mortalha, desencadeada pelo SIG (Serviço de Investigações Gerais) e Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira). Entre eles está a namorada de Bugão, acusada de participar do crime.
Outra pessoa flagrada com droga durante os mandados cumpridos hoje também foi presa. A polícia ainda levou para a delegacia uma adolescente e um suspeito, mas os dois foram liberados. Outros dois suspeitos ainda estão foragidos.
De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, do SIG (Serviço de Investigações Gerais), Vagner Haak foi atraído para o “tribunal do crime” pela namorada, Patrícia Conceição Ventura, até uma casa na Vila Cachoeirinha, bairro da região sul de Dourados. No local ele foi torturado e enforcado até a morte com uma corda de nylon.
Também participaram do plano para emboscar Bugão as duas filhas de Patrícia, Karla Ventura Rosa e uma adolescente de 16 anos.
Julgamento e morte – Matheus Willem Souza Santos, o “Raridade”, na companhia de outro bandido ainda foragido, foi o responsável em torturar e matar Vagner Haak. Depois os dois enrolaram o corpo em lençóis e colocaram em um Corsa vinho.
Peterson Fernandes Barreto e Gabriel Henrique da Silva foram com o carro até a matinha da Vila Cachoeirinha, nos fundos do BNH 4º Plano, onde o corpo foi jogado.
Com base nas investigações, a polícia pediu a prisão temporária de Patrícia Ventura, Karla Ventura Rosa, Matheus Willem Souza Santos, Peterson Fernandes Barreto e Gabriel Henrique da Silva.
Fuga – Foragido do regime semiaberto, Matheus foi detido no dia 19 e encaminhado para o presídio semiaberto de Dourados. Na madrugada de sábado passado, Matheus serrou as grades da cela e fugiu. Nesta segunda-feira, durante a Operação Mortalha, ele foi preso na casa da sogra, Patrícia Ventura.
Já na casa Gabriel da Silva foram apreendidas uma espingarda calibre 12, duas munições, uma réplica de escopeta calibre 12, porções de maconha e uma moto furtada.
Ele foi autuado por tráfico de drogas, porte de arma de fogo de uso restrito (cano da espingarda calibre 12 estava serrado) e receptação, além do mandado de prisão temporária por homicídio.
Veja abaixo imagens da operação desta segunda-feira em Dourados: