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Interior

Pela 2ª vez, Gaeco coloca Nova Andradina na rota do tráfico do PCC

No mês passado, pelo menos cinco mandados de prisão foram cumpridos contra traficantes da cidade durante a Operação Paiol

Geisy Garnes | 26/07/2018 08:47
Equipes da Polícia Militar, do Gaeco e da Polícia Civil foram as ruas de Nova Andradina na manhã de segunda-feira (Foto: Jornal da Nova)
Equipes da Polícia Militar, do Gaeco e da Polícia Civil foram as ruas de Nova Andradina na manhã de segunda-feira (Foto: Jornal da Nova)

Alvo da Operação Mudra - deflagrada na manhã de segunda-feira (23) - Nova Andradina vem sendo palco de ações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) desde o mês passado, quando foram cumpridos 27 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão durante a Operação Paiol do Mal. Na data, cinco suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na região foram presos.

A cidade, a 300 quilômetros de Campo Grande, apareceu pela primeira vez nas investigações do Gaeco durante a Operação Paiol, deflagrada no mês passado em três cidade de Mato Grosso do Sul e em Goiás. No relatório, Willyan Luiz de Figueiredo, interno da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), foi citado como responsável pelo tráfico na região.

De dentro do presídio, por telefone, o preso coordenava o transporte de drogas da fronteira do Estado para São Paulo e também fazia o controle de funções dentro da facção, como pedia punições a integrantes da facção que haviam cometido faltas graves.

Ligações interceptadas pelos investigadores no ano passado comprovaram que para manter o domínio do tráfico na região Willyan contava com ajuda de pelo menos quatro comparsas e também adolescentes, que eram pagos para fazer o transporte da droga para o estado vizinho em ônibus.

Em um das ligações, Willyan explica para uma das “mulas” como será feito o transporte de porções de skank - conhecida como supermaconha. Ele detalhe para o adolescente que ele viajará com a droga presa no corpo e deverá ir com roupas largas. Na época, o rapaz acabou apreendido pela polícia paulista em Presidente Epitácio.

Durante a operação, mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra Willyan e os quatro comparsas, identificados como André Luiz de Souza Silva, o Coringa, Estefani Leticia Moraes dos Santos, Higor Pinheiro da Silva e Gabriel da Silva Conceição. Na época, todos já estavam presos por outros crimes, principalmente tráfico de drogas.

o empresário Ademir Naide, o “Gago”, preso durante a operação Mudra (Foto: Jornal da Nova)
o empresário Ademir Naide, o “Gago”, preso durante a operação Mudra (Foto: Jornal da Nova)

Operação Mudra - De acordo com o Gaeco, provas colhidas em investigações do braço do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e também da Polícia Civil apontam que líderes da facção estão trabalhando na expansão do domínio da organização criminosa nos presídio do Estado, além de continuarem ordenando a execução de crimes do lado de fora das grades.

Para ampliar o poder, o PCC estaria reforçando o caixa. “Apurou-se que a organização criminosa desenvolve ações voltadas ao seu fortalecimento e domínio dos presídios e das áreas de interesse para o tráfico de drogas. Os meios de obtenção de recursos para seu autofinanciamento são os crimes contra o patrimônio, especialmente de roubos”, informou o Gaeco por meio de nota.

O Gaeco espalhou equipes em Campo Grande, Terenos, Dourados, Caarapó, Nova Andradina e Porecatu (PR) para cumprir 24 mandados, 18 deles de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Dourados e da Vara Criminal de Nova Andradina a pedido da 3ª Promotoria de Justiça de Nova Andradina.

Em Nova Andradina, policiais do 8ª Batalhão da PM prenderam seis pessoas - três homens e três mulheres -, integrantes da facção criminosa. Durante as revistas, foram encontradas uma espingarda de pressão modificada para receber munição de .22, porções de drogas e balança de precisão, "além de vários aparelhos celulares". Dentre os presos, está o empresário Ademir Naide de 46 anos, o “Gago”.

As investigações levantaram ainda mais provas de que os chamados “tribunais do crime” provocaram execuções em Mato Grosso do Sul. Provas de que as mortes de rivais do PCC são coordenadas de dentro dos presídios do Estado já apareceram em outras duas operações, a Paiol e a Operação Echelon - deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo, em 14 estados.

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