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Interior

PF é acusada de transferir testemunha de crime da Bolívia para MS ilegalmente

Adriano Fernandes | 20/03/2019 23:44
Ambulância onde vítima foi executada a tiros. (Foto: Clave 300)
Ambulância onde vítima foi executada a tiros. (Foto: Clave 300)

Policiais federais de Corumbá, cidade a 428 quilômetros de Campo Grande, são acusados de transferir de forma ilegal, de Puerto Suárez, na Bolívia para Corumbá, uma testemunha do assassinato do fazendeiro boliviano, Alfredo Rangel Weber, de 48 anos.

O crime ocorreu no último dia 23 de fevereiro, quando a vítima era transportada em uma ambulância para o hospital de Corumbá após ser esfaqueada, mas foi morto a tiros antes de chegar a unidade.

De acordo com a coordenadora da Defensoria Pública de Puerto Suárez, Rexona Vaca, na última sexta-feira (15) o motorista da ambulância Silvio Monteiro, teria sido transferido de Puerto Suárez para a sede da PF em Corumbá, sem o devido conhecimento das autoridades bolivianas.

“O trabalhador municipal foi retirado de seu país sem que as autoridades bolivianas tivessem conhecimento do fato. Eles o levaram sem um tradutor, sem um advogado, e o mantiveram incomunicável das 09h até pouco depois das 14h daquele dia", disse a coordenado à imprensa ao site Clave 300.

A Defensoria Pública da Bolívia, por meio do Ministério das Relações Exteriores deve solicitar uma posição do Governo do Brasil, sobre as supostas ações ilegais da Polícia Federal em território fora da sua jurisdição.

Polícia Federal – Ao site Diário Corumbaense a Polícia Federal esclareceu que denúncia não é verdadeira, pois o homicídio sequer teria sido registrado oficialmente em Corumbá. 

"A própria explicação dos fatos, retirada dos órgãos de imprensa, já demonstra a falta de atribuição da Polícia Federal, visto que, crimes de homicídio, salvo quando praticados contra servidores públicos federais no exercício da função não são investigados pela Polícia Judiciária da União. Desta forma, sequer existe investigação sobre estes fatos na Delegacia da Polícia Federal em Corumbá e policiais federais jamais teriam ingressado em território boliviano para realizar diligências da forma como foi retratado pelos órgãos de imprensa", diz a nota da assessoria da PF.

O caso – À época da execução o próprio motorista da ambulância deu detalhes da ação à imprensa. Um veículo com os atiradores teria bloqueado a passagem da ambulância, enquanto ela seguia para a Santa Casa de Corumbá.

“Passamos o pedágio brasileiro e fomos parados. Um homem magro desceu do carro e abriu a porta direita da ambulância, fez o reconhecimento da vítima, atirou quatro vezes contra o paciente e em seguida fugiu”, contou ao site Clave 300.

Ainda conforme o relato do condutor, depois do assassinato a ambulância voltou ao hospital do país vizinho e acionou as autoridades. Na unidade móvel de saúde ainda estavam a filha e a irmã da vítima, que o acompanhavam, mas nenhuma delas sofreu ferimentos.

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