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Interior

Piloto brasileiro é preso em operação contra o PCC apoiada pelos EUA

Paulo Vicente Freitas Tavares pilota aviões da facção criminosa que trazem cocaína da Bolívia; um servidor do órgão de aviação civil do país vizinho também está entre os presos

Helio de Freitas, de Dourados | 30/05/2017 15:31
O brasileiro e o paraguaio presos na operação da Senad (Foto: Divulgação/Senad)
O brasileiro e o paraguaio presos na operação da Senad (Foto: Divulgação/Senad)

Um piloto de nacionalidade brasileira e que usava documento paraguaio está entre as pessoas presas nesta terça-feira (30) na mega operação desencadeada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) para desmontar o esquema adotado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) para trazer cocaína da Bolívia e distribuir para o Brasil e Europa.

Com apoio do DEA (Departamento antinarcóticos) dos Estados Unidos, Forças Armadas do Paraguai e Polícia Federal brasileira, a operação começou ontem em Pedro Juan Caballero e Cruce Bella Vista, na linha de fronteira com Mato Grosso do Sul.

Paulo Vicente Freitas Tavares, com vários antecedentes por narcotráfico no lado brasileiro, foi preso no aeroporto de Pedro Juan Caballero, onde a força-tarefa encontrou um dos aviões usados para trazer a cocaína boliviana até a fronteira. Segundo a Senad, ele tem ligações com o PCC e já cumpriu pena por tráfico de drogas no Brasil.

O Campo Grande News apurou com fontes no governo do Departamento de Amambay que pelo menos seis pessoas já teriam sido presas, entre elas um funcionário da Dinac (Direção Nacional de Aeronáutica Civil), equivalente à Anac no Brasil. Carlos Antonio Mendieta Ortiz seria um colaborador da facção criminosa. A foto dele foi divulgada pela imprensa paraguaia ao lado de Paulo Tavares.

Investigações também estão sendo feitas em casas de câmbio na faixa de fronteira por suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico devido ao grande volume de movimentação de dólares americanos nesses estabelecimentos.

Agente da Senad faz teste químico em cocaína apreendida (Foto: Divulgação/Senad)
Agente da Senad faz teste químico em cocaína apreendida (Foto: Divulgação/Senad)

A operação – O objetivo da força-tarefa iniciada ontem é desmontar rotas áreas usadas por traficantes brasileiros para trazer cocaína da Bolívia e, a partir da fronteira com Mato Grosso do Sul, enviar o entorpecente para as grandes cidades brasileiras. As investigações começaram há 15 meses.

Em uma pista clandestina na zona rural de Cruce Bella Vista, a 60 km de Pedro Juan Caballero, os agentes da Senad encontraram 513 quilos de cocaína pura, dividida em fardos.

“A estrutura criminosa do PCC poderia operar 20 voos mensais e mandar pelo menos 500 quilos de cocaína da Bolívia para o Brasil e a Europa, todos os meses”, afirmou a Senad.

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