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Interior

PMS são condenados por tráfico, comércio de armas e lavagem de dinheiro

Investigações apontaram que os acusados trocavam mensagens com os líderes do grupo criminoso

Por Bruna Marques | 09/10/2024 08:00
Armas foram encontradas em casa de alvo, durante operação (Foto: Reprodução)
Armas foram encontradas em casa de alvo, durante operação (Foto: Reprodução)

Quatro policiais militares foram condenados por tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro. O processo contra os servidores públicos, acusados por integrar organização criminosa está sendo tramitado na Auditoria Militar, em Campo Grande.

Durante as investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), dentro da operação “Paraíso Marcado 2”, o MP (Ministério Público) solicitou quebra do sigilo telefônico dos policiais, sendo possível ter acesso ao histórico de mensagens do Whatsapp e ligações.

Entre os indícios de envolvimento dos militares, foi identificado que os acusados trocavam mensagens com os líderes do grupo criminoso, sediado na cidade de Bonito, distante 297 quilômetros de Campo Grande.

Por unanimidade, os argumentos apresentados pela defesa dos policiais foram rejeitados. As penas foram determinadas com base na gravidade dos crimes, que incluíram tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo.

Um dos policiais foi condenado a 10 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão. Outro foi condenado a 15 anos e 11 meses de reclusão. Já os outros dois foram condenados a 5 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão.

Todos os condenados deverão iniciar o cumprimento das penas em regime fechado, podendo apelar em liberdade se não estiverem presos por outros crimes. Além disso, foi aplicada a pena acessória de exclusão dos quadros da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul.

O Campo Grande News pediu posicionamento da Polícia Militar para saber se os servidores já estão afastados do cargo ou presos, mas até a publicação da reportagem o e-mail não foi respondido.

Eliando foi preso no ano passado na operação Paraíso Marcado, do Gaeco (Foto: Reprodução / processo)  
Eliando foi preso no ano passado na operação Paraíso Marcado, do Gaeco (Foto: Reprodução / processo)

Organização criminosa - A organização criminosa baseada na cidade de Bonito e investigada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no âmbito da Operação “Paraíso Marcado”, é chefiada por bandido conhecido na fronteira de Mato Groso do Sul com o Paraguai.

Eliandro Fernandes do Amaral, o “Cateto”, tem histórico de pelo menos duas décadas de envolvimento com o narcotráfico e no início dos anos 2000 mantinha ligação com o narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”.

No dia 15 de dezembro de 2022, a quadrilha supostamente liderada por “Cateto” foi alvo de 52 mandados de buscas e apreensão e de prisão temporária cumpridos em Dourados, Ponta Porã, Bonito, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Campo Grande e Porto Murtinho. Durante as buscas, oito pessoas foram presas em flagrante por posse irregular de armas e por tráfico.

Entre os envolvidos estão os quatro policiais militares condenados.

Eliandro do Amaral é irmão de outra figura carimbada na linha internacional – José Elias Fernandes do Amaral, o “Bagual”, executado com 20 tiros em 12 de dezembro de 2008, na Festa do Laço de Amambai.

Em 2002, os irmãos Fernandes do Amaral foram presos com 337 quilos de cocaína em Amambai e condenados a 10 anos de reclusão cada um.

Depois de cumprirem parte da pena, ganharam liberdade e “Bagual” foi morto em dezembro de 2008. Em junho de 2009, “Cateto” voltou a ser preso por tráfico, no âmbito da Operação Saisine, que mirou esquema de remessa de cocaína ligado à estrutura de Beira-Mar. Outras 16 pessoas foram presas na mesma operação. O processo deste caso tem 4.208 páginas e está atualmente em grau de recurso.

Eliandro Fernandes do Amaral, o “Cateto”, foi preso no dia 28 de setembro do ano passado, na 2ª fase da operação Paraíso Marcado II, sob suspeita de ser o chefe do tráfico de drogas em Bonito.

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