Polícia faz reconstituição da morte de idoso assassinado a mando do cunhado
Os suspeitos divergem em seus depoimentos, o único que confessou ter esfaqueado a vítima foi Anderson Faustino
Na manhã desta quarta-feira (14), equipes da Polícia Civil e da perícia foram até a casa onde o idoso Manoel Nunes Ferreira, 73 anos, morreu esfaqueado, na noite de sábado (10), para fazer a reprodução simulada do crime. Três suspeitos do crime participam da ação.
O homem morreu em uma residência na Rua São João, no município de Rio Negro, distante 153 quilômetros de Campo Grande. De acordo com as investigações, o mandante do crime é Assis Morel, 71, cunhado da vítima. Além dele, outros dois suspeitos, identificados como Anderson Faustino Rosa, 36 anos, e Luiz Carlos de Barros, 52, também foram presos.
Segundo o delegado titular de Rio Negro, Gabriel Cardoso Gonçalves Barroso, responsável pelo caso, as investigações apuraram que a vítima tinha desavenças com o cunhado que morava nos fundos de sua residência e frequentemente convidava os outros dois suspeitos para beber com ele.
No dia do crime, a vítima reclamou do som alto, o que teria incomodado os três suspeitos, motivo que causou a morte do idoso, que foi golpeado com 13 facadas. “De acordo com a confissão de um deles, o cunhado da vítima pegou uma faca em sua residência e incitou os outros dois, questionando se ‘teriam coragem de matar', o que, de fato, ocorreu. A companheira da vítima, que estava dormindo no momento do crime, acordou com os barulhos do esposo e tentou acudi-lo, mas, diante da gravidade dos ferimentos, não resistiu”, explica o delegado.
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O delegado revelou que os suspeitos divergem em seus depoimentos, o único que confessou ter esfaqueado a vítima foi Anderson, por isso, a polícia está no local fazendo a reconstituição do crime.
“Temos a confissão de um deles, colocando os outros dois na cena do crime, com importante participação na morte da vítima. Sabemos da importância de revestir a nossa investigação de rigor técnico, e por isso a importância da perícia no local. Estamos procedendo com a simulação dos fatos, que consiste na encenação do momento do crime, através dos relatos dos envolvidos e das demais provas obtidas”, explicou a autoridade policial.
As investigações apontaram que Assis Morel já foi acusado por esfaquear um homem após uma discussão em 2022, na presença do suspeito Luiz Carlos de Barros. Anderson Faustino Rosa que a princípio mentiu sua identidade, mas depois confessou friamente o crime, possui duas passagens por homicídio, em 2013 e 2014. Além disso, ele estava com mandado de prisão em aberto por evasão expedido pela 2ª Vara de Execução Penal em Meio Semiaberto e Aberto da Comarca de Campo Grande.
A prisão preventiva dos autuados foi representada ao Poder Judiciário. “Eles estão aguardando para passar por audiência de custódia, na delegacia de Rio Negro, onde, no curso da investigação, serão adotadas outras diligências para confirmar a dinâmica do crime”.
No dia do crime - Manoel Nunes Ferreira morreu na noite de sábado (10), após ser esfaqueado 13 vezes por Anderson Faustino Rosa e Luiz Carlos de Barros a mando do cunhado Assis Morel. Conforme o boletim de ocorrência, equipe da PM (Polícia Militar) foi acionada por volta das 20h30 pela esposa da vítima. No local, Manoel estava sentado em um sofá na varanda da casa já morto.
Equipe da PM realizou buscas após o cunhado da vítima relatar que, horas antes do crime, Manoel foi reclamar do barulho do som na casa que fica nos fundos da residência, onde ele e mais dois homens ingeriam bebidas alcoólicas, e suspeita que eles seriam o autor das facadas.
Os policiais foram informados de que dois homens estavam pedindo carona na saída da cidade que foram levados para a delegacia. Anderson se apresentou usando o nome do irmão e disse que a roupa suja de sangue estava na casa de sua tia. Ele foi preso em flagrante pelo crime com Luiz e Assis. O caso foi registrado na Delegacia de Rio Negro como homicídio qualificado por motivo fútil e homicídio doloso.