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Interior

Polícia prepara despejo de índios em área que teve morte há dois anos

À ordem de reintegração de posse está prevista para acontecer nesta segunda-feira (9), na mesma região que o agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu e Souza foi morto

Geisy Garnes | 08/04/2018 17:16

A Polícia Militar e a Polícia Federal vão à Caarapó - a 283 quilômetros de Campo Grande - nesta segunda-feira (9) para cumprir ordem de despejo contra dois acampamentos do índios Guarani Kaiowá. À ação acontecerá na Terra Indígena Dourados Amambai Pegua I, mesma região em que à agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu e Souza foi morto em 2016.

Os indígenas receberam à ordem de despejo neste sábado (7), informando a hora e a data que à ação aconteceria. Na tentativa de evitar à reintegração de posse das áreas, à Funai (Fundação Nacional do Índio) entrou com recurso da decisão no STF (Supremo Tribunal Federal).

O pedido aguarda a análise da presidente do STF Cármen Lúcia desde o dia 9 de março, mas ainda não foram apreciados. Enquanto isso, equipes da Polícia Federal e do Batalhão de Choque da Polícia Militar, se preparam para cumprir à ordem.

Segundo informações do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), a comunidade teme um conflito, mas promete resistência: "Nós estamos preparados para qualquer coisa. O segundo massacre tem data marcada, porque a comunidade não aceitou recuar. Vamos esperar a polícia", afirma Kunumi Apyka’i Rory.

As áreas fazem parte de 11 propriedades invadidas em junho de 2016, após o confronto entre índios e fazendeiros. O agente de saúde indígena Clodiodi Aquiles de Souza, 23, foi morto a tiros e outros seis índios ficaram feridos. O conflito ocorreu na fazenda Yvu, que segue ocupada.

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