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Capital

Índios desocupam Funai, mas deixam bilhete com ameaça de "parar MS"

Polícia Federal e procurador-geral do MPF estiveram na sede da fundação, mas manifestantes já haviam deixado o local

Liniker Ribeiro | 03/04/2018 11:05
Bilhete deixado na porta de uma das salas da Funai (Foto: Divulgação)
Bilhete deixado na porta de uma das salas da Funai (Foto: Divulgação)

A ocupação do grupo de índios ao prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou ao fim na noite de ontem (2), por volta das 21h, mas um bilhete assinado por lideranças promete novos protestos caso a solicitação da comunidade não seja atendida. A mensagem foi deixada colada na porta de uma das salas da Fundação, localizada na rua 7 de setembro.

“A luta não acabou. Vamos continuar mobilizados, agora vamos parar o Estado. Em breve estaremos de volta”, afirmam as lideranças na mensagem escrita no bilhete.

O papel foi encontrado por funcionários na manhã de hoje (3). De acordo com o coordenador substituto do órgão, Rodrigo Gomes, após a desocupação do prédio, todas as atividades estão sendo realizadas normalmente. “Agora de manhã o pessoal da limpeza organizou o local e já voltamos com o expediente normal”, afirmou.

Quem ainda não retornou ao trabalho é o atual coordenador Paulo Rios, que afirma ter sido agredido ao chegar para trabalhar, na manhã de ontem, durante o início do protesto. Rodrigo revelou apenas que o coordenador precisou se ausentar para “resolver alguns assuntos”.

Rodrigo Gomes, coordenador substituto da Funai (Foto: Liniker Ribeiro)
Rodrigo Gomes, coordenador substituto da Funai (Foto: Liniker Ribeiro)

Visita - Equipes da Polícia Civil e representantes do MPF (Ministério Público Federal) também estiveram na sede da Funai na manhã desta terça-feira. Segundo o delegado Marcelo Botelho, a intenção era dialogar com o grupo indígena, caso a manifestação ainda estivesse acontecendo.

“A intenção era negociar com as lideranças, mas como o prédio já estava desocupado, isso não foi preciso”, relatou o delegado. Sobre a possível agressão ao coordenador da Fundação, o delegado afirmou apenas ter ouvido Paulo Rios e que as investigações vão continuar. Os índios negam que o ferimento tenha acontecido por parte de um dos integrantes.

MPF – Para o procurador-geral do MPF, Emerson Kalif Siqueira, a situação é muito ampla e deve ser tratada com cuidado. “Ontem eu estava em reunião o dia todo e só consegui conversar com as lideranças por telefone. Apesar disso, me foi passado que os índios não estão contentes com as decisões da atual administração da Funai em relação a situações indígenas e estamos apurando”, afirmou ao dizer que um inquérito já havia sido instaurado para apurar as reclamações de grupos indígenas.

Equipe da Polícia Federal em frente ao prédio da Fundação, em Campo Grande (Foto: Liniker Ribeiro)
Equipe da Polícia Federal em frente ao prédio da Fundação, em Campo Grande (Foto: Liniker Ribeiro)

Caso - O protesto exigindo a troca do comando da Funai começou por volta das 7h30 de ontem e foi encabeçado por famílias indígenas da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Na ocasião, os funcionários preferiram não entrar no prédio para trabalhar e as atividades só foram retomadas na manhã de hoje.

Os manifestantes reivindicavam a nomeação de Henrique Dias, servidor de carreira e indígena, para a coordenação regional.

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